Ibovespa tem forte queda na abertura com temores sobre variante Ômicron
O principal índice acionário da bolsa brasileira tinha forte desvalorização nesta segunda-feira, em meio à queda global dos ativos de risco por conta de temores com a variante Ômicron da Covid-19.
Às 10h53, o Ibovespa caía 1,85%, a 105.214,05 pontos. O volume financeiro era de 4,1 bilhões de reais.
O aumento das infecções globais pela Ômicron provocava preocupações nos mercados financeiros na abertura da semana que antecede o Natal, uma vez que vários países europeus e o Reino Unido avaliam a possibilidade de restrições durante o feriado. Na Holanda, por exemplo, já foram impostas medidas para prevenir que o sistema de saúde seja sobrecarregado.
Além disso, pesa na confiança dos mercados uma perspectiva de crescimento econômico menor do que o esperado nos Estados Unidos, após o pacote de investimento doméstico do presidente norte-americano Joe Biden, orçado em 1,75 trilhão de dólares, sofrer um contratempo.
Joe Manchin, um democrata moderado considerado importante para a aprovação do texto, disse no domingo que não irá apoiar o projeto.
Ainda assim, a pauta deve ser votada no início do ano que vem, segundo o líder da maioria do Senado norte-americano, Chuck Schumer.
Os principais índices futuros de ações nos EUA tombavam mais de 1%, assim como o índice pan-europeu de ações STOXX 600.
No Brasil, há expectativa de votação do relatório final do Orçamento de 2022 na Comissão Mista do Orçamento, enquanto investidores seguem atentos a notícias no front fiscal.
Já o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou que economistas consultados pela instituição reduziram pela 10ª vez seguida a expectativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. Para inflação, estimativa para 2021 ano caiu ligeiramente, enquanto para o próximo ano houve leve alta.
Destaques
CVC (CVCB3) afundava 5,4%, Azul (AZUL4) caía 4,3%, Gol (GOLL4) cedia 3,3% e Embraer (EMBR3) recuava 3,2%, com temores relacionados à Ômicron pesando sobre as ações do setor aéreo e de turismo.
Petrobras (PETR3) e ON caíam 3% e 2,9%, respectivamente, enquanto Petrorio (PRIO3) desabava 5%, diante de tombo nos preços do petróleo por conta de temores com a nova variante.
Vale (VALE3) caía 0,9%, CSN (CSNA3) cedia 3,2%, Usiminas (USIM5) recuava 3,4% e Gerdau (GGBR4; GGBR3) tinha queda de 2,9%, mesmo após contratos futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura subirem pela terceira sessão consecutiva, impulsionados pelo otimismo renovado em torno da demanda pela matéria-prima siderúrgica.
Hypera (HYPE3) caía 1,7%. Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica declarou “complexa” a compra de ativos da Sanofi pela companhia.
Eneva (ENEV3) avançava 1,2% e um dos únicos papéis do Ibovespa que operava no positivo.