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Ibovespa tem fôlego para subir só 14% em 2022, calcula analista

22 nov 2021, 17:27 - atualizado em 23 nov 2021, 11:18
Segundo o analista Pedro Serra, que assina o documento, a mudança brusca das projeções se deve, principalmente, à natureza e dinâmica da inflação

O Ibovespa (IBOV), que até alguns meses atrás caminhava para fechar 2021 em 150 mil pontos, agora terá que se contentar com 117 mil pontos até o final de 2022, calcula a Ativa em relatório. Antes, a corretora estimativa em 138 mil pontos o principal índice da Bolsa brasileira.

Na sessão desta segunda-feira (22), o Ibovespa caminha para fechar em queda, a 102 mil pontos.

Segundo o gerente de Research Pedro Serra, que assina o documento, a mudança brusca das projeções se deve, principalmente, à natureza e dinâmica da inflação e decepções quanto à disposição do governo em manter a questão fiscal do país dentro de uma condição razoável, ou seja, honrando o teto de gastos, como também avançando com reformas.

“O clássico erro dos profissionais de mercado foi perpetuar uma situação boa que estávamos experimentando na metade deste ano nos nossos modelos financeiros e matemáticos”, afirma.

Um ano nada fácil

O especialista argumenta que 2022, ano eleitoral, será marcado por intensa volatilidade devido às questões internas e externas.

“(As eleições) embora pareçam cedo para fazer preço nos mercados, talvez já comece a pesar nas escolhas e decisões do atual governo, pesando mais as medidas que possam agradar determinado grupo de eleitores, do que uma agenda mais responsável, que não costuma ser muito popular”, completa.

No ambiente externo, a retirada gradual dos estímulos juntamente com todas as suas consequências, desde o mercado de câmbio até os de ações, deverá pesar contra.

“De forma geral, pode-se assumir que os investidores poderão exigir um prêmio de risco maior para ativos nos mercados emergentes”, completa.

Já tá na conta?

Apesar dos riscos, Serra lembra que parte desses riscos já estão precificados. “O que, talvez, não esteja na conta é a magnitude e/ou velocidade de tais eventos”, diz.

Ele cita o exemplo da retirada dos estímulos. Se esse evento ocorrer de forma acelerada, pegará o investidor de surpresa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.