Mercados

Ibovespa tem alta descolada de NY e anota melhor semana desde março

14 jan 2022, 18:13 - atualizado em 14 jan 2022, 19:08
Mercados, Ibovespa, B3
O volume financeiro foi de 26,1 bilhões de reais (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O principal índice da bolsa brasileira subiu forte nesta sexta-feira, encerrando sua melhor semana desde o início de março, em movimento descolado de Wall Street.

As ações do setor bancário e os papéis da Petrobras (PETR4) foram os principais suportes para o índice local na sessão.

O Ibovespa (IBOV) subiu 1,33%, para 106.927,79 pontos. Na semana, o índice acumulou ganho de 4,1%, melhor desempenho desde a semana encerrada em 5 de março do ano passado. O volume financeiro foi de 26,1 bilhões de reais.

O Dow Jones cedeu nesta sexta-feira em Nova York, após divulgação de balanços por grandes bancos incluindo JPMorgan e o Citigroup, enquanto o Nasdaq Composite e o S&P 500 fecharam no azul. Os três índices fecharam a semana no negativo.

Segundo Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, o desempenho do Ibovespa nos últimos pregões frente às bolsas norte-americanas pode ser explicado por um movimento de rotação, com investidores reduzindo posições em empresas de crescimento, como tecnologia, para alocar em empresas de valor, como bancos e exportadoras.

O movimento ocorre diante da expectativa por alta de juros nos EUA nos próximos meses, o que afetaria mais as empresas de que dependem de financiamento. Como o Ibovespa tem relevante participação de bancos e empresas relacionadas às commodities, o índice local acaba sendo mais beneficiado, explica ele.

Além disso, a recuperação de papéis que, na visão de Villegas, estavam descontados, como de construtoras e de shoppings, além da falta de notícias políticas internas de maior peso no mercado também ajudaram no desempenho positivo, de acordo com o analista.

Internamente, as vendas no varejo no Brasil expandiram 0,6% em novembro na comparação com o mês anterior, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de recuo de 0,2%. O dado vem um dia após o volume de serviços também superar as projeções do mercado.

Ainda assim, diz Villegas, esses “dados parecem ser atrasados”, já que desde novembro a taxa Selic voltou a subir, o que deve afetar os dois setores, e houve a propagação da variante Ômicron, também de potencial impacto na atividade econômica.

Destaques

BRmalls (BRML3) disparou 7%, após rejeitar proposta de fusão enviada pela rival ALIANSCE SONAE, cujas ações avançaram 2,3%. A brMalls disse que a proposta “subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo” da companhia e de seu portfólio de ativos.

Apesar disso, a brMalls segue aberta a discutir uma possível operação de fusão ou aquisição, disse uma fonte próxima às negociações à Reuters.

Petrobras (PETR4) subiu 3,7%, para 31,45 reais, e está próximo das máximas históricas do papel, enquanto (PETR3) teve alta de 2,1%.

O petróleo Brent subiu 1,9%, impulsionado por restrições de oferta e temores de um potencial ataque russo na Ucrânia. A estatal ainda informou redução na meta de produção de 2022.

Inter (BIDI11)  saltou 7,9%, após leilão de ações da empresa nesta sexta-feira. Notícias citam venda de 30 milhões de papéis por acionista.

Vale (VALE3) subiu 0,6%, apesar de queda nos preços do minério de ferro na China. Siderúrgicas tiveram desempenho misto.

Banco do Brasil (BBAS3) subiu 2,6%, Santander Brasil (SANB11) avançou 1,1%, Bradesco (BBDC4) ganhou 1,6%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,8%.

Movimento ocorreu em meio à divulgação de relatórios por analistas sobre o setor e diante de movimento de rotação de papéis.

Minerva (BEEF3) subiu 1,7%, após anunciar que avalia migrar sua base acionária para o exterior. A empresa está inclinada a mudar para a norte-americana Nasdaq, disse à Reuters uma fonte próxima à companhia.

Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,9% e Americanas (AMER3) avançou 2,4%, enquanto VIA (VIIA3) cedeu 0,5%, após dado de varejo surpreender positivamente.

Locaweb (LSAW3) cedeu 4,1%, sua terceira baixa consecutiva, enquanto Positivo (POSI3) caiu 3,9%.

Camil (CAML3), que não está no Ibovespa, afundou 9,6%, maior queda em uma sessão do papel desde que entrou na bolsa em 2017, após divulgar balanço financeiro.

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