Ibovespa surfa no azul, mas pandemia deve manter volatilidade; Klabin salta mais de 10%
A bolsa paulista tinha o Ibovespa no azul nos primeiros negócios desta segunda-feira, acompanhando os futuros acionários nos Estados Unidos, mas a volatilidade por causa do coronavírus tende a continuar, em meio a incertezas sobre os efeitos nas economias de medidas de restrição de circulação de pessoas.
Às 12:07, o Ibovespa (IBOV) subia 1,18%, a 75,292,96 pontos.
As units da Klabin (KLBN11) dispararam na abertura após a companhia anunciar na noite de domingo a aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil por 330 milhões de reais.
Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em queda de 5,5%, a 73.428,78 pontos, mas acumulou alta de 9,48% na semana, que quebrou uma série de cinco semanas negativas, com perdas totais de mais de cerca de 40% no período.
“O crescimento exponencial de casos globais de coronavírus desencadeou respostas políticas massivas em todo o mundo. Porém, no curto prazo, a maior incerteza decorre do impacto dos bloqueios na atividade econômica”, ressaltou o diretor de pesquisa macro global da Oxford Economics, Ben May.
No exterior, o futuro do S&P 500 tinha acréscimo de mais de 1%, após recuar mais cedo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou no domingo as diretrizes de permanência em casa até o final de abril, depois de um assessor de saúde graduado ter dito que mais de 100 mil norte-americanos poderiam morrer durante a pandemia de coronavírus.
O começo da semana também é marcado pela queda nos preços do petróleo e do minério de ferro na China.
A equipe da XP Investimentos também voltou a revisar projeção para o Ibovespa no final de 2020 citando “tempos de guerra”, conforme relatório a clientes enviado no domingo.
“Revisamos o nosso ‘target’ para o Ibovespa ao final de 2020 para 94.000 pontos, de 132.000 pontos anteriormente, dado o forte impacto nos lucros das empresas esperado nos próximos trimestres. Acreditamos que a volatilidade seguirá elevada no mercado nos próximos meses.”
Destaques
– Klabin (KLBN11) avançava 10% após anunciar aquisição do negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper do Brasil a valor equivalente a um múltiplo estimado de 4x EV/Ebitda após a captura integral das sinergias. No setor, Suzano (SUZB3) subia 6%.
– Vale (VALE3) tinha elevação de 4%, apesar do declínio dos preços do minério de ferro, fornecendo algum suporte para o Ibovespa.
– Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) valorizava-se 12,7%, no primeiro pregão após reportar lucro líquido de 3,1 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado, um resultado 77% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando foi afetado positivamente por efeitos não recorrentes.
– Petrobras (PETR4) caía 1,1%, na esteira do tombo dos preços do petróleo no exterior, em meio a preocupações com a demanda.
– BR Distribuidora (BRDT3) recuava 3,3%, refletindo perspectivas menores de demanda por combustível em razão das restrições decorrentes da pandemia do coronavírus. Ultrapar (UGPA3) caía 3,7%.
– Bradesco (BBDC4) tinha acréscimo de 3,4% e Itaú Unibanco (ITUB4) mostrava variação positiva de 1,8%. A Fitch Ratings cortou a perspectiva para o setor de bancos no Brasil, citando a piora do surto global de coronavírus. Banco do Brasil (BBAS3) subia 1,9%.
(Atualizada às 12h07 – horário de Brasília)