Ibovespa sucumbe a receios com cena fiscal e recua 1%
O Ibovespa (IBOV) revertia ganhos e recuava nesta quarta-feira, descolado de Wall St, com preocupações fiscais e ruídos políticos ofuscando o clima positivo com a posse de Joe Biden como presidente dos EUA nesta tarde e possíveis novos estímulos para a economia norte-americana.
Às 12:54, o Ibovespa caía 1,28 %, a 119.095,92 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 121.449,10 pontos. O volume financeiro era de 10,7 bilhões de reais.
Biden fará o juramento como 46º presidente dos Estados Unidos, assumindo o comando de um país assolado por profundas divisões políticas e atingido pela pandemia.
“Será fundamental acompanhar os passos do novo governo para entendermos seu foco, suas principais medidas e a direção que o país irá tomar em vários vetores, econômicos, geopolíticos e sociais”, afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos.
Agentes financeiros ponderam, contudo, que os ativos brasileiros continuam minados pelos ruídos no cenário político e preocupações com o quadro fiscal.
“A nuvem de pessimismo não se dissipa”, afirmou a equipe da corretora Planner, citando, além dos riscos fiscais e políticos, notícias preocupantes sobre a economia, principalmente a extensão da crise com a pandemia e atraso na chegada de vacinas.
Na véspera, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adiou para março a entrega das primeiras doses da vacina da AstraZeneca a serem produzidas no Brasil por causa do atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da China.
Também na terça-feira, o Brasil registrou 1.192 novas mortes em decorrência da Covid-19 e a notificação de 62.094 novos casos de coronavírus.
E o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que as Forças Armadas são a base do seu governo e que o país agora tem um presidente que respeita os militares.
Destaques
B2W (BTOW3) subia 7,6%, capitaneando os ganhos de papéis de comércio eletrônico, com sua controladora Lojas Americanas (LAME4) avançando 3,9%.
Via Varejo (VVAR3) tinha alta de 4,5% e Magazine Luiza (MGLU3) ganhava 3,7%.
Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) valorizavam-se 1,95% e 0,6%, respectivamente, tendo de pano de fundo cenário favorável para o setor.
O BTG Pactual (BPAC11) reiterou recomendação de compras para as ações citando mais uma rodada de aumentos nos preços de celulose pelos principais produtores.
Usiminas (USIM5) caía 3%, com o sinal negativo passando a prevalecer no setor de mineração e siderurgia.
Vale (VALE3) mostrava decréscimo de 2,2%.
Petrobras (PETR4) tinha variação negativa de 0,8%, mesmo em meio ao avanço do petróleo no exterior.
A companhia confirmou na véspera que a Ultrapar está liderando negociações para a aquisição da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Ultrapar (UGPA3) tinha elevação de 1,2%.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 2,1% e Bradesco (BBDC4) perdia 2,1%, com o setor como um todo mais fraco.
Light (LIGT3) caía 5,6% após concluir uma oferta de ações que movimentou 2,7 bilhões de reais. O follow-on permitiu à Cemig alienar sua participação de 22,6% na companhia de energia e captar 1,37 bilhão de reais.
MRV (MRVE3) subia 0,9%, em sessão positiva para construtoras em meio à divulgação de prévias operacionais do quarto trimestre de 2020.
Na véspera, Lavvi (LAVV3) e Tenda (TEND3) também reportaram seus números, que alguns analistas consideraram fortes, ajudando no avanço de 1% e 0,2% das