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Ibovespa sofre leve queda com realização de lucros; exterior em baixa

22 maio 2019, 18:24 - atualizado em 22 maio 2019, 18:24
O Ibovespa teve uma pequena queda de 0,13% a 94.360,66 pontos, em sessão em quase atingiu os 95 mil pontos na máxima

Por Investing.com

O avanço de pautas que promovem o ajuste da economia no Congresso, a despeito do instável relacionamento entre Palácio do Planalto e parlamentares, contribuiu para o Ibovespa operar com ganhos em boa parte do dia. Porém, havia uma ata do Fed no meio do caminho. Ainda antes da divulgação do documento, os investidores se desfizeram de suas posições e realizaram lucro após dois pregões seguidos com alta de mais de 2%. O principal índice acionário brasileiro passou a operar de estável para uma ligeira baixa, não saindo mais nesse patamar.

O Ibovespa teve uma pequena queda de 0,13% a 94.360,66 pontos, em sessão em quase atingiu os 95 mil pontos na máxima. O índice acumula alta de 4,96% na semana, mantendo a recuperação das perdas da semana passada, mas mantendo o índice no vermelho no mês, se aproximando do 10º maio consecutivo encerrando em baixa.

dólar também fechou estável no dia, observando a formação de um princípio de otimismo com notícias vindas de Brasília, mas sob cautela com o mau humor do exterior. A moeda americana subiu 0,12% a R$ 4,0435, após marcar R$ 4,02 na mínima do dia.

Congresso assume pauta econômica

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM) afirmou que o Congresso vai “blindar” as pautas econômicas tramitando no Legislativo dos atritos entre o governo e congressistas. A declaração se confirma com a admissibilidade do texto da reforma tributária no CCJ na Câmara.

Cabe lembrar que a tramitação foi iniciativa da Câmara, e não do governo, novo indício de que o Congresso busca ser um importante fiador das reformas econômicas e do ajuste da economia. Assim, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, devem ganhar protagonismo. Vale ressaltar também a importância de Maia no destravamento da reforma da Previdência na CCJ no mês e na agilidade para instalar a Comissão Especial.

Em relação às votações da MP, após a aprovação da liberação da presença de 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas foi aprovado na terça-feira na Câmara. A pauta seguinte seria a votação da criação da NAV no lugar da Infraero, mas o governo cancelou para que a reforma administrativa, a mais urgente, fosse votada ainda nesta quarta-feira, o que deve acontecer.

Um dia após dizer que não pretende participar das manifestações favoráveis ao seu governo e contra o Congresso e o STF, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a reforma da Previdência. No entanto, ainda é incerto o tamanho da economia a ser obtida com as novas regras previdenciárias.

Exterior

Os principais índices mundiais encerraram o dia em baixa com renovação da disputa comercial entre EUA e China. Após incluir a Huawei em uma lista negra que restringe realizar negócios com empresas americanas, alegando proteção à segurança nacional, o governo dos EUA estuda a inclusão da companhia de vigilância por vídeo Hikvision como a próxima a ser inserida na lista, segundo Bloomberg e The New York Times.

Além disso, a ata do Fed da última reunião de política monetária do Fomc em 30 de abril e 1 de maio fortaleceu a aversão ao risco nos mercados mundiais nesta quarta-feira. O Fed reforçou que vai manter a conduta “paciente” na administração da taxa de juros e avaliou que a inflação em níveis menores vai se manter estável por um determinado período. Sem viés de corte de juros nos próximos meses, a postura do Fed se contrapõe à aposta do mercado de ao menos um corte dos juros ainda neste ano, de acordo com a Ferramenta de Monitoramento da Taxa de Juros do Fed do Investing.com.

A taxa de juros está no intervalo entre 2,25% a 2,50%. A ata contribuiu para uma queda maior do rendimento das Treasuries de 10 anos para um yield de 2,382%.

Na Ásia, o índice Shanghai caiu 0,49%, enquanto Nikkei teve ligeira alta 0,05%. Na Europa, o Euro Stox 600, que reúne as principais ações europeias, perdeu 0,07%. Em Wall Street, os três principais operaram somente no vermelho, com perdas de 0,39% para Dow Jones, 0,28% para S&P 500 e 0,45% para Nasdaq.

Ações brasileiras em destaque

NATURA (NATU3) avançou 9,43%, após a empresa confirmar que está negociando a compra da rival norte-americana Avon por meio de uma troca de ações. Após o fechamento do mercado, a empresa informou que acertou acordo para a compra da rival.

GOL (GOLL4) subiu 5,61%, após a aprovação pela Câmara dos Deputados da medida provisória que acaba com o limite de capital estrangeiro em companhias áreas do país. A pauta ainda permanecia em discussão no Senado até o encerramento do pregão.

SABESP (SBSP3) ganhou 3,91%, entre as maiores altas do Ibovespa, em meio a expectativas em torno da tramitação da medida provisória do saneamento, que facilita a privatização de companhias estatais do setor. Enviado ao Congresso no final do governo de Michel Temer, a MP tem validade até 3 de junho.

SANTANDER UNT (SANB11) teve queda de 1,64%, ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) subiu 0,12%, enquanto BRADESCO PN (BBDC4) desvalorizou-se 1,78%.

– PETROBRAS PN (PETR4) perdeu 0,42% e PETROBRAS ON (PETR3) subiu 0,21%, em dia de queda nos preços do petróleo no exterior. Na véspera, a estatal comunicou interesse em exercer o direito de preferência em duas áreas na licitação dos volumes excedentes ao contrato de cessão onerosa, prevista para outubro, o que pode resultar no pagamento de um bônus de assinatura de 21 bilhões de reais. A empresa também anunciou após o fechamento do pregão desta quarta-feira que seu conselho de administração aprovou venda de participação adicional na BR Distribuidora (BRDT3).