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Ibovespa sofre correção e fecha em queda após semana positiva

30 ago 2021, 17:13 - atualizado em 30 ago 2021, 18:03
Ibovespa
Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,78%, a 119.739,96 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, refletindo ajustes de posições após subir mais de 2% na semana passada, com blue chips entre as maiores pressões de baixa, enquanto Nova York registrou novos recordes para S&P 500 (SPX) e Nasdaq Composite (US100).

Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,78%, a 119.739,96 pontos. O volume financeiro no penúltimo pregão do mês somou 21,5 bilhões de reais, de média diária de mais de 33 bilhões de reais no mês.

Na sexta-feira, o Ibovespa tinha subido, assegurando desempenho positivo 2,2% na semana, endossado principalmente por comentários do chair do Federal Reserve.

A pauta da sessão trouxe desaceleração na inflação medida pelo IGP-M em agosto e alguma melhora em dados fiscais de julho divulgados pelo Tesouro Nacional, além de sinalização mais positiva sobre o problema dos precatórios.

Ainda assim, a bolsa paulista não conseguiu acompanhar Wall St, que assistiu a novos recordes, dado o desconforto persistente com a tensão político-institucional no Brasil, além de contínuos receios fiscais e a crise hídrica no país.

De acordo com o analista da Terra Investimentos Régis Chinchila, operadores também estão atentos às manifestações de 7 de setembro, “vistas como termômetro do apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro“.

A crise hídrica também traz preocupação, acrescentou, principalmente por causa dos riscos ao comportamento da inflação e da atividade econômica no Brasil.

Do ponto de vista técnico, a equipe do Safra citou que o Ibovespa está indefinido no curto prazo e testou sua resistência em 120.800 pontos.

“Acima desta, poderá alcançar sua próxima resistência em 123.600 pontos. Do lado da baixa, o índice encontra suporte em 116.300 pontos. Abaixo deste, poderá alcançar seu próximo suporte em 115.500 pontos”, disse em nota a clientes mais cedo.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq Composite subiram para novas máximas.

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Destaques

Petrobras (PETR3) cedeu 1,24%, apesar do fechamento positivo do petróleo no exterior.

A empresa prepara o resgate antecipado de seus bônus de 1,3 bilhão de dólares e reiterou que quer a venda integral de sua fatia na Braskem.

B3 (B3SA3)  caiu 1,72%, após recuperação na última sexta-feira, quando fechou em alta de 2%. A ação acumula em agosto perda de mais de 10% que, se confirmada, será o pior desempenho mensal desde março de 2020.

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4)  recuaram 0,72% e 1,07%, respectivamente, com a entidade que representa os grandes bancos, a Febraban, envolvida numa polêmica sobre um manifesto em defesa da democracia que inclui várias organizações empresariais.

VALE (VALE3) caiu 0,64%, em pregão mista do setor de mineração e siderurgia.

Usiminas (USIM5) ganhou 0,76%.

Cyrela (CYRE3) teve declínio de 4,04%, após ter avançado quase 15% na semana passada. O índice do setor imobiliário na B3 perdeu 1,88%.

AMERICANAS (AMER3) e Lojas Americanas (LAME4) avançaram 2,69% e 2,86%, respectivamente, refletindo movimentos de ajustes.

Ambas ainda acumulam em agosto perdas de 13,68% e 12,04%, respectivamente.

No setor, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,79% e VIA (VVAR3) recuou 1,01%.