Ibovespa sobe forte com clima positivo no exterior e antes de decisões de BCs
O principal índice da bolsa brasileira avançava nesta quarta-feira, após quatro baixas seguidas, diante de indicações positivas nas negociações entre Ucrânia e Rússia e com o mercado em compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
As ações vinculadas a commodities estavam em destaque novamente, com a alta dos papéis de Vale e siderúrgicas após declaração de autoridade da China. Empresas dos setores de educação e de energia e saneamento cediam na ponta oposta.
A sessão é marcada ainda por vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Às 11:33, o Ibovespa subia 1,98%, a 111.115,04 pontos. O volume financeiro era de 7,54 bilhões de reais.
O índice acompanhava movimento no exterior, com otimismo sobre China e chance de acordo entre Ucrânia e Rússia, segundo Pedro Paulo Silveira, gestor na Nova Futura.
“Como o mercado caiu forte nos últimos pregões, uma corrigida dessa é natural e não muda, necessariamente, o cenário”, disse ele.
A decisão do Federal Reserve será divulgada às 15h (horário de Brasília), com entrevista coletiva do presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, na sequência. A expectativa é pelo início do ciclo de alta de juros no país com uma elevação em 0,25 ponto percentual.
No Brasil, a decisão do Copom sai apenas após o fechamento do mercado e a projeção majoritária é de uma elevação da Selic em 1 ponto percentual.
Em ambos os casos, mercado está atento às sinalizações de quais serão os próximos passos da política monetária.
As bolsas subiam também ajudadas por comentários sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que as negociações estão se tornando “mais realistas”, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que há “alguma esperança de compromisso”.
O humor positivo nesta manhã também recebia suporte da sinalização do vice-primeiro-ministro da China de que o país deve adotar políticas amigáveis aos mercados e buscará revigorar sua economia. A fala tinha especial repercussão no mercado de commodities, abalado recentemente por notícias em torno de recrudescimento de casos de coronavírus no país asiático.
O mercado doméstico ainda digeria a queda de 0,1% do setor de serviços brasileiro em janeiro ante dezembro, abaixo da estimativa de alta de 0,2%, segundo pesquisa da Reuters com analistas.
Em Wall Street, os principais índices de ações avançavam entre 0,9% e 2%.
Destaques
Vale (VALE3) subia 3,4%, depois de os contratos de minério de ferro na Ásia avançarem de uma mínima em duas semanas impulsionados pelas indicações do governo chinês.
CSN (CSNA3) puxava ganhos de siderúrgicas com alta de 5%. A empresa vai elevar preços do aço em 20% em abril, disse o Valor, citando um executivo da companhia. Na semana passada, o diretor comercial afirmou que a CSN elevaria seus preços entre 8% e 10% neste mês e no próximo.
CVC (CVCB3) disparava 11%. A companhia registrou prejuízo líquido de 145,8 milhões de reais entre outubro e dezembro, ainda que a receita líquida tenha quase dobrado no período em comparação anual.
Petrobras (PETR4 PETR43)subiam 0,6% cada. O petróleo Brent operava em alta e voltava a ultrapassar os 100 dólares o barril, em meio a sinais positivos na oferta e menores temores de redução da demanda da China, embora perspectiva de avanço das negociações na Ucrânia limitasse os ganhos.
Yduqs (YDUQ3) afundava 9,3%, após uma piora no resultado financeiro do grupo de educação levar a um lucro de quase zero no quarto trimestre, bem mais fraco do que o esperado por analistas. Cogna (COGN3) perdia 1%.
MRV (MRVE3) subia 4,4% antes de divulgar balanço, esperado para após o fechamento do mercado. Braskem (BRKM5) e Petz (PETZ3), que também anunciam resultados à noite, valorizavam-se 0,3% e 2,6%, respectivamente.
Magazine Luiza (MGLU3) tinha alta de 4,5%, após tombo na véspera após divulgação de balanço do quarto trimestre.