Ibovespa sobe forte com aprovação da PEC Emergencial
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quinta-feira, praticamente zerando as perdas do tombo da segunda-feira, em meio a uma combinação de fatores, desde trégua nos temores fiscais no Brasil a alívio em receios com a inflação nos EUA.
Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,96%, a 114.983,76 pontos, tendo superado os 115 mil pontos na máxima da sessão. O volume financeiro alcançou 41,1 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa acumula agora variação negativa de apenas 0,19%, quase no mesmo patamar da última sexta-feira, antes de despencar 4% no último dia 8, em meio a receios com o cenário político e a cena fiscal brasileira.
“Há notícias tirando muitas nuvens do caminho”, afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
Mesmo as novas restrições em razão da Covid-19, na visão dele, não têm um efeito representativo no PIB, enquanto a percepção de que o país não deve entrar em trajetória explosiva da dívida acalma a curva de juros, o que favorece shopping centers, concessionárias, apesar de lockdowns.
Mas Campos ressaltou que, embora existam fatores domésticos ajudando, trata-se de um movimento generalizado entre mercados emergentes, apoiado principalmente na acalmada dos Treasuries.
“A situação da pandemia no Brasil é grave e triste, mas do ponto de vista de gestão de recursos há bastante eventos corroborando compras”, afirmou.
Destaques
Csn (CSNA3) saltou 9,17%, com Vale (VALE3) ganhando 2,62%, na esteira da recuperação dos preços do minério de ferro na China, após dados mostrarem que os embarques mensais do ingrediente siderúrgico de Port Hedland, na Austrália, para a China caíram para uma mínima de dois anos.
Ecorodovias (ECOR3) disparou 8,64% e Ccr (CCOR3) avançou 8,1%, beneficiadas por perspectivas fiscais menos assustadoras e seus efeitos na curva de juros.
Ecorodovias também teve de pano de fundo crescimento do tráfego nas suas principais rodovias no quarto trimestre, embora uma grande baixa contábil tenha determinado prejuízo no período.
Petrobras (PETR4) subiu 4,25%, respaldada pelos preços do petróleo no exterior, com o Brent fechando em alta de 2,55%, a 69,63 dólares o barril.
A companhia também convocou para 12 de abril assembleia de acionistas para debater, a aprovação do nome de Joaquim Silva e Luna e outros indicados pelo governo para o conselho de administração.
BRmalls (BRML3) valorizou-se 7,09% antes divulgação do balanço previsto para esta quinta-feira ainda, além da atenuada no movimento de alta dos juros longos no Brasil, que ajudou também outras empresas do setor. Multiplan (MULT3) subiu 7,10% e Iguatemi (IGTA3) avançou 6,56%.
Klabin (KLBN11) fechou em queda de 1,2%, assim como a rival Suzano (SUZB3), que recuou 0,94%, na esteira da queda de 2% do dólar ante o real.
O movimento no câmbio também enfraqueceu empresas de proteínas como JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3).
Marfrig (MRFG3) recuou mais cedo, mas terminou o pregão em alta de 2,31%.