Ibovespa sobe com Treasuries e cena corporativa no radar
O Ibovespa ensaiava uma melhora nesta sexta-feira, após forte piora no final do pregão da véspera, com o noticiário corporativo doméstico incluindo renúncia do presidente do Banco do Brasil e os resultados de Embraer e Cyrela.
Às 11:40, o Ibovespa subia 0,59%, a 115.536,63 pontos. O volume financeiro somava 6,8 bilhões de reais. Com tal desempenho, o Ibovespa caminha para fechar a semana no azul.
Na quinta-feira, o Ibovespa caiu quase 1,5%, com o petróleo acelerando as perdas no final da sessão para quase 7% e o S&P 500 renovando mínimas do dia, o que reverteu abruptamente a tentativa de melhora na bolsa paulista.
Investidores continuam monitorando o comportamento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que subiram para máximas em mais de um ano na véspera, afetando negativamente as bolsas.
Mesmo após o Federal Reserve sinalizar nesta semana que não pretende elevar os juros nos EUA tão cedo, o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, disse que há receios de que um crescimento forte daquela economia acelere a inflação.
No Brasil, Rosa destacou que, com a pandemia de coronavírus atingindo níveis alarmantes, os investidores se retraem diante de um ambiente político cada vez mais conturbado, comprometendo os fundamentos econômicos.
Destaques
Embraer (EMBR3) caía 3,4% após subir mais de % no começo da sessão. A fabricante de aviões reduziu o prejuízo no quarto trimestre, mas não deixou claro se vê opior para trás, preferindo não divulgar projeções financeiras e operacionais, citando perspectivas ainda incertas.
–Banco do Brasil (BBAS3) perdia 0,4%, um dia após a renúncia de André Brandão ao cargo de presidente do banco estatal, para o qual governo federal indicou Fausto Ribeiro. O setor como um todo se afastava das máximas de mais cedo, com Itaú Unibanco (ITUB4) em queda de 0,1% e Bradesco (BBDC4) ao redor da estabilidade.
Yduqs (YDUQ3) subia 2,6%, em sessão de ajustes após perder cerca de 5% na véspera, na esteira de resultado trimestral fraco, com prejuízo de 102,6 milhões de reais.
–Cyrela (CYRE3) avançava 0,7%, após reportar lucro líquido de 261 milhões de reais no quarto trimestre, um salto de 75% ano a ano, resultado de crescimento das vendas e de efeitos ligados à venda de participação em companhias que estrearam na bolsa paulista no ano passado.
Vale (VALE3) caía 2%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho, alinhado com o declínio dos futuros de minério de ferro na China, já que os traders se preocupavam com as perspectivas de novos cortes de produção na importante cidade siderúrgica de Tangshan.
Petrobras (PETR4 ) subia 1,25%, após declínio forte na véspera, mesmo com a fraqueza dos preços do petróleo no exterior novamente nesta sessão. Petrobras (PETR3) avançava 0,65%.
–Grupo Pão de Açúcar (GPA) (PCAR3) valorizava-se 3,9%, conforme agentes financeiros continuam ajustando posições após a cisão da unidade Assaí Atacadista.