Mercados

Ibovespa sobe 3% com recuperação global, mas deve ter pior semana desde 1997

13 mar 2020, 12:27 - atualizado em 13 mar 2020, 13:45
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O Ibovespa à vista acumulava queda de quase 26% na semana (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa avançava nesta sexta-feira, acompanhando a recuperação de mercados acionários no exterior, em meio a ações de bancos centrais, mas ainda caminhava para o maior declínio semanal em quase 23 anos, reflexo do clima de pânico com a pandemia de coronavírus, além da guerra de preços do petróleo.

Às 12:27, o Ibovespa (IBOV) subia 3,31%, a 74.986,49 pontos. Na máxima, nos primeiros negócios, chegou a avançar 15,4%, a 83.757,51 pontos. O volume financeiro somava 11,5 bilhões de reais.

Nesse cenário, o Ibovespa deve fechar a semana com perda de mais de 20%, que pode ser a maior baixa desde o final de outubro de 1997.

Na véspera, em pregão marcado por dois circuit breakers, o Ibovespa caiu 15,15%, maior queda desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. O tombo só não foi maior porque o Fed de Nova York anunciou injeção de 1,5 trilhão de dólares no sistema financeiro ainda nesta semana.

Até a quinta-feira, o Ibovespa à vista acumulava queda de quase 26% na semana, ampliando a perda em 2020 para mais de 37%.

Nesta sexta-feira, vários bancos centrais anunciaram pacotes de estímulos e medidas para tentar com atenuar os efeitos da pandemia nas respectivas economias, bem como nos seus mercados, entre eles o Banco do Japão e o Banco do Povo da China.

Moedas Yuan
 Vários bancos centrais anunciaram pacotes de estímulos e medidas para tentar com atenuar os efeitos da pandemia (Imagem: Reuters/Stringer)

Para a equipe da Guide Investimentos, investidores continuarão avaliando o novo nível de preços – agora muito mais atrativos – contra os riscos latentes da conjuntura atual, bem como a volatilidade seguirá extrema em razão da manutenção da incerteza sobre o Covid-19 e a guerra de preços do petróleo.

Na Europa, o FTSE 100 subia quase 4% em Londres, enquanto o alemão DAX tinha alta de 3,5%. Nos EUA, o S&P 500 mostrava alta cerca de 3%.

No Brasil, as atenções também estão voltadas para Brasília, mais especificamente para o resultado do exame de coronavírus feito pelo presidente Jair Bolsonaro, após um integrante de sua comitiva presidencial em viagem aos Estados Unidos ter tido resultado positivo em teste para o novo vírus.

Jair Bolsonaro
Bolsonaro está com coronavírus, segundo a Fox News (Imagem: Facebook/Jair Bolsonaro)

Apesar do cenário ainda volátil no ambiente financeiro, a Ágora Investimentos ressaltou que, com a queda recente, diversas ações mostram ‘valuation’ descontado e sugerem um bom ponto de entrada para investidores com foco no longo prazo.

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiam 8,5% e 0,6%, respectivamente, experimentando uma trégua na sequência de tombos dos últimos pregões, com o setor aéreo entre os mais afetados pelos efeitos da pandemia. Apenas na véspera, as ações fecharam em queda de 32,89% e de 36,29%, respectivamente.

Vale (VALE3)  ganhava 9%, com o minério de ferro de Dalian subindo 2,6% nesta semana, após ganho de 6,6% da semana passada, suportado por preocupações persistentes relacionadas à oferta. Na máxima do dia até o momento, Vale subiu 24,55%.

Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 5,8% e 6,1%, respectivamente, acompanhando a recuperação nos preços do petróleo no mercado externo.

BTG Pactual (BPAC11) tinha alta de 5,5%, liderando a melhora entre os bancos do Ibovespa, com Banco do Brasil (BBSA3)subindo 7,5%, Bradesco (BBDC4) avançando 5,4% e Itaú Unibanco (ITUB4) ganhando 3,5%. O ministro da Economia afirmou que o Banco Central garantiu que dará liquidez ao mercado e que os bancos públicos estão líquidos.

Lojas Americanas (LAME4) subia 12%, com várias ações do setor de varejo entre as maiores altas da sessão, como Magazine Luiza (MGLU4), em alta de 7,8%, e Via Varejo (VVAR3), com acréscimo de 4,8%.

Yduqs (YDUQ3) caía 3%, entre as poucas baixas da sessão, divulgar queda no lucro no quarto trimestre, uma vez que a redução no programa educacional federal Fies atingiu a base de alunos presenciais da companhia.

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