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Ibovespa sobe 2,5% e abre 2020 com nova máxima histórica; dólar fica em R$ 4,02

02 jan 2020, 18:40 - atualizado em 02 jan 2020, 18:59
Mercados
O principal índice da bolsa paulista fechou esta quinta-feira em alta de 2,32%, a 118.328,08 pontos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa iniciou 2020 com forte alta e renovando máximas, com agentes do mercado otimistas diante da definição de uma data para assinatura da primeira fase do acordo comercial entre EUA e China, em sessão também marcada por salto dos papéis de B3 (B3SA3).

Após ter acumulado ganho de 31,5% em 2019, o Ibovespa encerrou esta quinta-feira em alta de 2,53%, a 118.573,10 pontos, na máxima da sessão. O giro financeiro do dia somou 21 bilhões de reais.

O movimento veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que a assinatura de um acordo comercial de primeira fase com a China ocorrerá dia 15 de janeiro na Casa Branca, animando investidores preocupados com uma desaceleração econômica global.

“O fato de (a assinatura do acordo) deixar de ser uma expectativa para uma realização concreta é motivo suficiente para animar os investidores”, afirmou Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos em comunicado.

Também repercutiu a medida do banco central da China de cortar depósito compulsório em 50 pontos-base a partir de 6 de janeiro, o que liberará 800 bilhões de iuanes (114,9 bilhões de dólares) para dar suporte à economia.

No plano doméstico, o destaque foi o número de emplacamentos de carros em 2019, 8,65% mais do que no ano anterior, no melhor desempenho desde 2014. A previsão para 2020 é de alta de 9,6% nas vendas de veículos novos, segundo a Fenabrave.

Também nesta quinta foi divulgada a terceira prévia do Ibovespa, com as entradas de Carrefour Brasil (CRFB3), Hapvida (HAPV3), Hering (HGTX3) e SulAmerica (SULA11), além de Totvs (TOTS3). A nova composição do índice começará a valer a partir da próxima segunda-feira.

Destaques

B3 (B3SA3) saltou 5,79%, após anunciar redução e simplificação de tarifas em meio a planos da Comissão de Valores Mobiliários para fomentar competição no setor.

Bradesco (BBDC4) avançou 3,7%, acompanhando o movimento positivo do setor bancário. Itau Unibanco (ITUB4) subiu 2,56% e Santander (SANB11) ganhou 2,85%.

Qualicorp (QUAL3) disparou 5,66%, após alta de mais de 240% em 2019, melhor desempenho do índice no ano.

Vale (VALE3) valorizou-se 1,93%, reaproximando-se do patamar anterior ao rompimento da barragem de Brumadinho, há pouco menos de um ano.

Petrobras (PETR3) e (PETR4) subiram 2,5% e 1,7%, respectivamente.

JBS (JBSS3) ganhou 5,43%. A empresa informou na véspera que o prazo de vigência do acordo de acionistas entre sua controladora, J&F Participações, e a BNDESPar, foi encerrado em 31 de dezembro. Marfrig (MRFG3) subiu 1% e BRF (BRFS3) avançou 1,93%.

– Das empresas que irão fazer parte do Ibovespa, Totvs (TOTS3) subiu 7,13%. Carrefour Brasil (CRFB3) ganhou 2,48%, Hapvida (HAPV3) teve alta de 3,97%, enquanto Hering (HGTX3) e SulAmerica (SULA11) valorizaram-se 1,53% e 4,02%, respectivamente.

Dólar
O dólar interbancário fechou nesta quinta-feira em alta de 0,32%, a 4,0258 reais na venda (Imagem: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

O dólar subiu para fechar acima de 4,02 reais, quebrando uma série de quedas que derrubou a cotação no fim do ano passado ao menor patamar desde o começo de novembro.

O ajuste para cima ocorreu em sintonia com o movimento externo, onde a moeda também passava por correção após seguidas baixas. Um índice do dólar contra uma cesta de divisas havia caído recentemente ao menor patamar desde julho.

O início desta sessão foi de dólar entre estabilidade e leve baixa, com a moeda recuando a 4,0047 reais na venda na mínima do dia. Mas por volta de 10h as compras ganharam tração até que, em torno de 14h, o dólar alcançou a máxima do dia (4,0418 reais na venda).

Às 10h foram divulgados dados que mostraram forte desaceleração na atividade do setor manufatureiro brasileiro em dezembro, esfriando um pouco o otimismo sobre recentes sinais de retomada da economia.

Profissionais do mercado têm citado as expectativas de fortalecimento da economia como um suporte à taxa de câmbio, já que tal movimento poderia atrair mais fluxo de capital –com consequente aumento da oferta de moeda no país.

B3 Mercados
A expectativa de mais ofertas de ações em 2020 e algum alívio adicional em tensões comerciais no exterior alimentam esperanças de uma melhora no fluxo cambial (Imagem: B3/Youtube)

A maior oferta de dólar seria bem-vinda. Números do Banco Central divulgados mais cedo apontaram que o Brasil já acumula saída líquida de pouco mais de 43 bilhões de dólares em 2019 até 27 de dezembro. Isso coloca o país a caminho do pior ano para o fluxo cambial desde pelo menos 1982.

A expectativa de mais ofertas de ações em 2020 e algum alívio adicional em tensões comerciais no exterior, porém, alimentam esperanças de uma melhora no fluxo cambial. O mercado projeta taxa de 4,08 reais ao fim de 2020, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.

O provedor de serviços financeiros Ashika Group cita em relatório que o real está em terceiro lugar entre as moedas preferidas nos mercados emergentes para 2020, atrás apenas do rublo russo e da rupia indonésia.

Nesta quinta-feira, o dólar interbancário fechou em alta de 0,32%, a 4,0258 reais na venda.

Na B3, o dólar futuro tinha variação positiva de 0,04%, a 4,0255 reais.

No exterior, o índice do dólar frente a seis rivais tinha alta de 0,43%.

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