Ibovespa sobe 2% com acordo México-EUA; Nasdaq bate recorde

Por Arena do Pavini – O Ibovespa está em alta hoje, acompanhando a melhora dos mercados no exterior e pesquisa eleitoral no Brasil. O dólar recua em relação às principais moedas do mundo e as bolsas estão em alta, após o presidente americano Donald Trump anunciar que chegou a um acordo com o México para renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Trump aproveitou para ameaçar o outro parceiro, o Canadá, de exclusão do acordo caso não ceda às pressões americanas de melhorar as condições para os EUA.

Com isso, as bolsas americanas voltaram a subir e o Índice Nasdaq ultrapassou pela primeira vez os 8 mil pontos. O índice que concentra as ações de empresas de tecnologia americanas sobe 0,89%, para 8.016 pontos. O Dow Jones está em alta de 1,07% e o Standard & Poor’s sobe 0,78%. A visão do mercado é que o pré-acordo com o México impedirá um agravamento das tensões comerciais também com o Canadá e aumenta a pressão sobre a China para aceitar algum tipo de acerto com Trump. Uma guerra comercial poderia provocar o desaquecimento da economia mundial. Na Europa, com quem Trump já conseguiu um acordo, as bolsas estão em alta, com o índice Euro Stoxx 600 subindo 0,52%. O DAX, de Frankfurt, ganha 1,16% e o CAC, de Paris, 0,86%.  Já no México, o dólar cai 0,9% em relação ao peso e o Índice IPC da bolsa sobe 1,4%.

Com a alta das bolsas no exterior, o Índice Bovespa está em alta, de 2% às 15h20, aos 77.811 pontos. Os investidores reagem também à pesquisa encomendada pelo banco BTG Pactual à FSB Pesquisas, que mostra Fernando Haddad, que deve ser o candidato do PT à Presidência, herdando poucos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As maiores altas do Índice são de Eletrobrás ON, com 6,35%, e Eletrobrás PN, com 6,21%, na expectativa de venda de quatro geradoras na quinta-feira, dia 30. Natura ON sobe 4,7%, Copel PNB ganha 4,74% e Lojas Renner ON, 4%. As maiores quedas são de Suzano Papel ON, 3,30%, Marfrig ON, 2,38%, Fibria ON, 1,37%, Braskem PNA, 0,96% e Magazine Luíza ON, 0,30%.

Petrobras puxa a alta do índice, como papel mais negociado, com alta na ação PN de 2,19%. Vale ON ganha 2,49%, Itaú Unibanco PN, 2,62% e Bradesco PN, 2,68%. A alta dos principais papéis do índice indica a presença dos estrangeiros no mercado.

Já o dólar comercial está em queda de 0,7%, vendido a R$ 4,08. O dólar turismo cai 2%, para R$ 4,24. Com isso, os juros futuros também recuam, com o contrato para janeiro de 2019 projetando 6,79% para este ano, ante 6,83% na sexta-feira.

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O BC segue atuando no câmbio apenas com a rolagem dos swaps que vencem em 3 de setembro, apesar de toda a instabilidade da semana passada, lembra José Raymundo Faria Júnior, diretor técnico da Wagner Investimentos. Segundo ele, o mercado hoje esta um pouco mais calmo, pois reage à pesquisa do BTG que mostra que aproximadamente dois terços dos eleitores de Lula não devem votar em Haddad. “Se isto for confirmado após o início da campanha eleitora sem Lula, o candidato petista teria pouca chance de ir ao 2º turno”, observa. “Mas, tudo ainda é muito incipiente.”

Faria Júnior lembra que esta e a próxima semana serão recheadas de indicadores importantes, aqui e lá fora. Na próxima semana, será feriado nos EUA na segunda-feira e, no Brasil, na sexta-feira. “Todo o foco do mercado estará no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no início da propaganda eleitoral gratuita no dia 31, e as pesquisas a partir da próxima semana serão muito mais relevantes para formar preço do dólar, juros e bolsa”, afirma.