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Ibovespa sobe 1% em abril; mercado monitora Fed no feriado

30 abr 2019, 18:56 - atualizado em 30 abr 2019, 19:02
Aguardando novidades sobre a reforma na semana que vem, o índice Bovespa voltou a operar perto da estabilidade nesta terça-feira, véspera de feriado, avançando 0,17% a 96.353 pontos

A bolsa subiu após duas quedas e fechou abril acumulando alta de 0,98%. O andamento da reforma da Previdência no Congresso, com início dos trabalhos na comissão especial em 7 de maio, mantém a confiança do mercado na aprovação da PEC neste ano em um processo marcado ruídos políticos – a exemplo do ocorrido em abril –, prometendo volatilidade aos ativos brasileiros.

Conforme calendário apresentado hoje pelo presidente da comissão especial da reforma, Marcelo Ramos, maio será palco de audiências públicas, com reuniões três vezes por semana, nas quais serão ouvidas de 50 a 60 pessoas. Ato contínuo, junho encerra o prazo para emendas ao parecer, com debates na comissão, e votação da proposta ao final do mês.

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Se levada a plenário no início de julho, daria tempo para aprovar a matéria no primeiro semestre, prazo pelo qual irá trabalhar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Entre gestores, o otimismo quanto ao timing já foi maior, segundo pesquisa do Morgan Stanley com clientes: a maioria esmagadora espera que a aprovação na Câmara virá no segundo semestre, com um texto que assegura economia fiscal de R$620 bilhões ao longo da próxima década – há dois meses, o número era de R$690 bilhões.

Aguardando novidades sobre a reforma na semana que vem, o índice Bovespa voltou a operar perto da estabilidade nesta terça-feira, véspera de feriado, avançando 0,17% a 96.353 pontos.

As ações do Magazine Luiza encerraram na máxima histórica de R$191,26, em alta de 7,14%, com a reação do mercado sobre o anúncio da aquisição da Netshoes por US$62 milhões

Mercados

As ações do Magazine Luiza encerraram na máxima histórica de R$191,26, em alta de 7,14%, com a reação do mercado sobre o anúncio da aquisição da Netshoes por US$62 milhões. Para analistas, a disparada das ações revela que o mercado deu o benefício da dúvida à rede varejista crescer em vestuário, moda e calçados esportivos com uma marca forte, porém em dificuldades financeiras e operacionais.

Após quedas recentes, as ações de bancos, como Itaú, Banco do Brasil e Bradesco, contribuíram para o Ibovespa encerrar no azul, com exceção do Santander Brasil, que caiu 1,72% após apresentar resultados do primeiro trimestre. O lucro líquido do banco superou o consenso de analistas compilado pela TC News.

O cenário corporativo também foi agitado lá fora, com o tombo das ações da Alphabet, dona do Google, em Nova Iorque após apresentar receita trimestral abaixo das expectativas. De acordo com agências de notícias, mais da metade das empresas listadas no índice S&P500 já apresentaram seus balanços e, até o momento, 77% ultrapassaram as projeções do mercado.

No fechamento, o Nasdaq caiu 0,66%, mas o Dow Jones subiu 0,15% na véspera da decisão do Federal Reserve, o banco central americano, sobre o futuro do juro básico dos Estados Unidos.

O câmbio acompanhou a perda de terreno do dólar diante de uma nova rodada de indicadores econômicos fracos, um dia antes da decisão do Fed

Internacional

O dólar futuro caiu 0,72% frente ao real, cotado a R$3,927, seguindo o comportamento global da moeda americana em uma sessão volátil devido à formação da taxa Ptax que irá balizar a liquidação financeira de contratos na virada do mês. O câmbio por aqui acompanhou a perda de terreno do dólar diante de uma nova rodada de indicadores econômicos fracos, um dia antes da decisão do Fed.

Após a autoridade monetária dar uma pausa no ciclo de alta dos juros em janeiro, e acenando com interrupção do processo de encolhimento do balanço de ativos – inchado devido ao esforço do BC dos EUA para injetar dinheiro na economia para socorrê-la da crise –, começa a especulação sobre uma eventual flexibilização dos juros ainda neste ano.

A favor deste ambiente está a perspectiva de enfraquecimento do PIB americano nos próximos trimestres, com inflação abaixo do esperado. Qualquer sinal do presidente do Fed, Jerome Powell, nesse sentido tende a mexer com os ativos na quarta-feira, enquanto o mercado brasileiro estará fechado devido ao feriado de Dia do Trabalho.

Para completar, no Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar o BC americano, defendendo nova rodada de estímulos monetários e corte de 1 ponto percentual no juro básico. Por fim, depois do feriado, na quinta-feira, o mercado irá acompanhar indicadores de vendas do varejo na Alemanha, além de dados de mercado de trabalho e indústria nos EUA.

Jornalista | Analista de Marketing
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