Ibovespa: Sentimento amarga e bolsa derrete mais de 1%; entenda o movimento
A euforia com a elevação do rating do Brasil pela Moodys durou pouco e o Ibovespa desaba nesta quinta-feira, enquanto o dólar sobe 0,9%. Por volta das 12h30, o índice exibia queda de 1,6%. Somente cinco papéis subiam no mesmo horário.
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As ações eram pressionadas pela alta nas taxas dos contratos de DI, em dia de avanço nos rendimentos dos Treasuries e com o presidente do Banco Central reafirmando na véspera que juros mais baixos dependem de um choque positivo no fiscal.
Permanece no mercado desconforto com as contas públicas, principalmente a criação de despesas permanentes com receitas temporárias.
Para estrategistas do BTG Pactual, apesar do cenário externo com queda de juro e “pouso suave” nos EUA e medidas de estímulo da China, desafios fiscais contínuos estão mais uma vez impedindo o Brasil de capturar os benefícios do momento favorável.
“Infelizmente, parece que o país está perdendo outra oportunidade de ouro, especialmente porque alguns de seus principais pares de EM (mercados emergentes) enfrentam desafios ainda mais agudos”, afirmaram em relatório enviado a clientes.
Em Wall Street, a sessão não tinha uma direção única, enquanto agentes monitoram a situação no Oriente Médio e aguardam dados do mercado de trabalho na sexta-feira. O S&P 500 tinha acréscimo de 0,1%.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa busca um novo intervalo de negociação, mostrando indecisão ao alternar dias positivos e negativos sem formar uma direção clara.
“O ponto de atenção está nos 130.000 pontos, que foi a mínima recente deixada”, afirmaram no relatório Diário do Grafista, destacando que se essa marca for perdida o Ibovespa entrará em tendência de baixa no curto prazo.
Peso pesados ajudam a derrubar Ibovespa
Entre as quedas, destaque para a Vale (VALE3), que recuava 2,26%, em mais um dia sem a referência dos preços do minério de ferro na China por feriado naquele país, enquanto o contrato de referência da commodity em Cingapura caía 0,98% após fortes ganhos no começo da semana.
Já o Itaú (ITUB4) perdia 2,52%, em sessão negativa para o setor como um todo, com Bradesco (BBDC4) cedendo 1,38%.
Só a Petrobras (PETR4) tinha uma alta mais consistente, a 1,25%, empurrada pelos preços do petróleo, que subiam 4%.
Os temores do mercado estão aumentando sobre a possibilidade de Israel ter como alvo a infraestrutura de petróleo iraniana, levantando a ameaça de retaliação do Irã.
Com Reuters