Ibovespa: O impacto da redução da Selic em dois momentos, segundo o Santander
O Santander disse ver o Ibovespa ganhando impulso após o primeiro corte da Selic e destacou que a taxa básica de juros a menos de 10% ao ano deve implicar em uma entrada significativa de investidores de varejo em fundos de ações.
Para o banco, a recente melhora nos dados macroeconômicos e das expectativas sinalizam que as partes complexas do cenário de investimentos estão começando a se alinhar, “criando um quadro mais coerente e promissor para as ações brasileiras”.
“Podemos estar nos estágios iniciais de um ciclo altista [para a Bolsa] no Brasil, que pode durar até 18 meses”, disse em relatório assinado por Aline de Souza Cardoso.
A analista disse que os preços das ações ainda estão abaixo da média histórica de 15 anos.
“Segundo estudo no qual analisamos os nove ciclos passados de easing, o Ibovespa sobe 21% e 43%, 12 meses e 24 meses, respectivamente, após o primeiro corte de juros”, destacou Cardoso.
Ela lembrou que a aprovação da reforma tributária, que passa a ser prioridade no Congresso após o arcabouço fiscal, pode aumentar o PIB potencial brasileiro em 20% no longo prazo prazo (segundo alguns economistas).
- Como ficam os setores mais sensíveis à taxa de juros pós-Copom? Uma ação de incorporadora pode abrir oportunidade para ganhar dinheiro com este cenário, descubra qual é aqui. Inscreva-se no nosso canal e fique ligado nas próximas lives, de segunda a sexta-feira, às 12h.
Posicionamento local em Bolsa segue baixo
O posicionamento dos investidores locais em Bolsa ainda é baixo, destacou o Santander. Durante o rali recente, lembrou, os locais reduziram suas posições de caixa, mas 62% deles estão com caixa em linha ou acima da média histórica, afirmou o banco.
“Hedge funds fecharam recentemente suas posições vendidas, mas ainda não construíram uma exposição significativa em ações”, afirmou. Historicamente, a exposição dos fundos em ações é de aproximadamente 15%.
As saídas de fundos de ações começaram a diminuir, segundo o Santander. “As projeções de crescimento de ganhos por ação para 2024 começam a ser revisadas para cima e as revisões devem acelerar assim que o Banco Central iniciar o ciclo de flexibilização”, disse.
O Santander pontuou que vê riscos em uma venda generalizada de commodities, na proposta de implantação de impostos sobre dividendos e em uma desaceleração do PIB – caso em que o Governo Federal poderia usar bancos para retomar o crescimento por meio de empréstimos subsidiados, segundo o banco.