Bula do Mercado

Ibovespa segue sem trégua e mantém cautela a três pregões das eleições

26 out 2022, 8:02 - atualizado em 26 out 2022, 8:02
day trade ações
Ibovespa passa por dias de tensão pré-eleições e devolve os ganhos da “cesta Bolsonaro”, em meio às incertezas sobre o resultado das urnas no domingo (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa está a apenas três pregões do segundo turno das eleições e a disputa acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) inibe uma trégua nos negócios. O sinal negativo vindo dos mercados lá fora tende a elevar a cautela por aqui, com os investidores buscando proteção no dólar

É visível o clima de tensão entre as ações brasileiras, com as crises recentes na campanha do atual presidente apagando os fortes ganhos da “cesta Bolsonaro”. Ao mesmo tempo, crescem as compras de empresas que podem se beneficiar de um eventual novo governo petista, como os setores de educação e as construtoras.

Ainda assim, as incertezas em relação a quem será o candidato vitorioso no domingo (30) e o risco de contestação do resultado das urnas deixa os negócios oscilando ao sabor do noticiário político. Aliás, o episódio de Roberto Jefferson sai de cena e dá lugar à acusação das inserções de Bolsonaro no Norte e Nordeste.

Por ora, as pesquisas eleitorais seguem mostrando um cenário de estabilidade, com vantagem numérica para o petista. Por tudo isso, o cenário local pode ficar complicado a partir da noite de domingo – e segunda-feira tem pregão local. Se confirmada a provável vitória de Lula, haverá alguma movimentação no mercado – e tende a não ser positiva.

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Lá fora, os futuros dos índices em Nova York amanheceram no vermelho, penalizados pelos balanços decepcionantes das big techs. Os resultados piores que o esperado da Alphabet, dona do Google, e da Microsoft, provocam perdas ao redor de 5%, cada, nas ações das gigantes de tecnologia no pré-mercado nesta manhã.  

De um modo geral, Wall Street tenta precificar uma recessão da economia dos Estados Unidos através do desempenho das empresas. Este cenário vem ganhando corpo e alimenta as expectativas de um Federal Reserve mais suave (“dovish”) na condução da alta da taxa de juros para combater a inflação elevada. 

Nesta transição de narrativas, os ativos de risco buscam uma acomodação e uma posterior recuperação, mas ainda não há qualquer indício de mudança de postura do Fed. As apostas para uma nova alta de 0,75 ponto percentual (pp) na reunião em novembro seguem consolidadas em 95%. 

Por aqui, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) é o “não evento” do dia. Apesar do fim da deflação, apontada ontem pela prévia do índice de preços ao consumidor (IPCA-15), a Selic deve permanecer em 13,75% hoje. 

Ainda assim, o comunicado que acompanhará a decisão deve manter a porta fechada para um eventual corte prematuro no juro básico. Afinal, a inflação acumulada segue em nível desconfortável, sem sinais consistentes de melhora na trajetória de alta dos preços.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h55:

EUA: os futuros do Dow Jones caía 0,13%; o do S&P 500 recuava 0,70%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 1,60%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha ligeira baixa de 0,13%; a bolsa de Frankfurt subia 0,48%; enquanto a de Paris oscilava com -0,01% e a de Londres caía 0,39%

Câmbio: o índice DXY recuava 0,58%, a 110.30 pontos; o euro subia 0,52%, a US$ 1,0019; a libra subia 0,86%, a US$ 1,1571; o dólar cedia 0,55% ante o iene, a 147,11 ienes

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,066%, de 4,103% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,449%, de 4,462% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro subia 0,99%, a US$ 1.674,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,35%, a US$ 85,62 o barril; o do petróleo Brent oscilava com +0,07%, a US$ 91,78 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou estável em Dalian (China), a 671 yuans.

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