Ibovespa se recupera após rebaixamento do Brasil e renova recorde
O principal índice da B3 fechou em alta pela oitava sessão seguida nesta sexta-feira (23) e renovou sua máxima histórica. A decisão da Fitch de rebaixar a nota do Brasil chegou a empurrar o Ibovespa para o terreno das perdas ao longo do dia. Mas depois o índice se recuperou na esteira do bom humor em Wall Street e confirmando o apetite dos investidores por ações brasileiras.
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Com destaque para Magazine Luiza (MGLU3) após a divulgação dos resultados trimestrais, o Ibovespa terminou o pregão com alta de 0,70%, aos 87.293 pontos. Na semana, acumulou valorização de 3,28% e, no ano, tem retorno de 14,26%. No mercado de câmbio, o dólar também absorveu o impacto do downgrade e recuou 0,21% frente ao real, a R$ 3,2417.
Por ora, os investidores parecem menos concentrados nas incertezas sobre o ritmo de subida dos juros nos Estados Unidos. O índice Dow Jones avançou 1,39%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,60%. Ainda em Nova York, o barril de petróleo encerrou valendo US$ 63,55, alta de 1,2% diante de queda na oferta da Líbia, país grande produtor da commodity.
Isso ajudou a puxar para cima as ações da Petrobras (PETR4, +1,83%), que têm bastante peso no Ibovespa. Também entre os papéis com maior volume financeiro, Vale (VALE3) e Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 0,90% e 0,68%, respectivamente.
Já Magazine Luiza avançou 6,84% a R$ 86,99 e liderou a ponta positiva do índice da Bolsa paulista. A rede varejista apresentou ao mercado um crescimento de 349% no lucro líquido que alcançou R$ 389 milhões em 2017. O resultado consolidou a empresa como um modelo de sucesso em inovação, gestão e em lucros.
“Quando pensávamos que o Magazine Luiza seria incapaz de superar as expectativas (depois de vários trimestres de resultados fortes), a empresa entregou mais um trimestre de números melhores do que o esperado”, disseram os analistas da Bradesco Corretora Richard Cathcart e Flávia Meirelles em relatório enviado à clientes.
Na contramão, as ações da BRF (BRFS3) despencaram 8,33% a R$ 28,40. A produtora de bens de consumo registrou um prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão em 2017, ante um resultado negativo de R$ 367 milhões visto um ano antes. O BTG Pactual cortou a recomendação para as ações da empresa de compra para neutra e diminuiu o preço-alvo de R$ 47 para R$ 33. Segundo os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, a empresa tem “muito a ser arrumado”.
Ainda no âmbito corporativo, em mais uma evidência do aquecimento do mercado, o Banco Inter, da família controladora da MRV Engenharia, protocolou um pedido junto à CVM para realizar uma oferta inicial de ações (IPO) na Bolsa. A operação será coordenada por Bradesco BBI, Citigroup, Morgan Stanley e BB Investimentos.