Mercados

Ibovespa salta mais de 1% e dólar cai abaixo de R$ 5,70: o que mexe com os mercados hoje (25)? 

25 mar 2025, 12:46 - atualizado em 25 mar 2025, 17:39
bolsa brasileira
Ibovespa sobe mais de 1%, enquanto dólar cai na mesma magnitude com ata do Copom, balanços, commodities e tarifas de Trump no radar (Imagem: iStock.com/hernan4429)

Depois de um breve alívio, o Ibovespa (IBOV) voltou — com força — para o tom positivo. O índice já saltou quase 2 mil pontos nas primeiras horas do pregão em relação ao dia anterior. 

Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o IBOV subia 1,61%, aos 133.437,84 pontos, na máxima do dia. O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,57%, aos 132.067,69 pontos. Acompanhe o Tempo Real. 



O que impulsiona o Ibovespa hoje? 

Uma combinação de fatores impulsiona o Ibovespa nesta terça-feira (25). 

O primeiro deles é a reação positiva à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que destacou que a “elevada incerteza” doméstica foi o motivo para a indicação do próximo movimento nos juros. 

O Copom também viu como apropriado indicar que o ciclo não está encerrado em função do cenário adverso para a dinâmica da inflação.

Na semana passada, o colegiado do BC elevou a Selic em 1 ponto percentual (p.p.), para 14,25% ao ano, e antecipou uma nova alta de juros de menor magnitude na próxima decisão.

Na visão de economistas do Bradesco, a ata é consistente com um Copom comprometido com a continuidade do ciclo de aperto. 

“Dada a ausência de contrapontos relevantes e a preocupação com os riscos inflacionários altistas, entendemos que um juro terminal de 15,25% é compatível com a comunicação atual.”

Outro motivo para a forte valorização é o desempenho das commodities, que impulsionam os ‘pesos-pesados’ do índice. 

O contrato mais negociado do minério de ferro, para maio, fechou com alta 0,65%, a 776 yuans (US$106,88) a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China. Em reação, Vale (VALE3) chegou a subir mais de 1%. 

Petrobras (PETR4;PETR3) tem avanço acima de 1% na esteira do petróleo Brent. Os bancos também sobem em bloco, com destaque para Bradesco (BBDC4)

Os balanços corporativos também impulsionam o índice, com destaque para Vamos (VAMO3) e Sabesp (SBSP3), que reportaram resultados acima do esperado para o quarto trimestre de 2024 (4T24). 

O movimento ainda acompanha o exterior. As bolsas de Wall Street, nos Estados Unidos, operam em forte alta com as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump no radar. 

Ontem (24), o chefe da Casa Branca disse que dará “descontos” a alguns países e setores, sem mais detalhes. 

O anúncio elevou o apetite do mercado, com a expectativa de que a ‘guerra comercial’ seja “mais branda” — o que pode evitar uma desaceleração da maior economia do mundo. 

Guinada do Ibovespa 

Se o Ibovespa sustentar o ritmo de ganhos nas próximas sessões, o índice caminha para a quarta semana consecutiva de ganhos. 

Em março, o principal índice da bolsa brasileira acumula alta de mais de 8%. No ano, os ganhos encostam em 11%.

De acordo com a análise técnica do Itaú BBA, o Ibovespa segue em tendência de alta, com primeiro suporte aos 133 mil pontos — já alcançados hoje. 

“Se conseguir ultrapassar esse patamar, o mercado ganhará uma nova janela de alta em busca da máxima histórica em 137.469 pontos”, escreveu o analista Fábio Perina em relatório. 

Dólar à vista cai mais de 1% 

Enquanto o Ibovespa cai mais de 1%, o dólar à vista (USDBRL) recua na mesma magnitude — pressionado pela reação à ata do Copom e expectativa sobre as tarifas de Trump. 

Por volta de 12h30 (horário de Brasília), a divisa norte-americana operava R$ 5,6851, com queda de 1,16% ante o real. A moeda encerrou as negociações a R$ 5,7092, com queda de 0,75%.



O dólar também acompanha o movimento do exterior. O DXY, que compara a divisa a uma cesta de seis moedas fortes, opera em queda em reação a dados nos Estados Unidos. 

Entre eles, a confiança dos consumidores norte-americanos caiu para 92,9 em março, em um momento em que persistem as preocupações de que uma guerra comercial global poderia aumentar a inflação e desacelerar a economia. O dado foi divulgado pela Conference Board. 

Os economistas consultados pela Reuters esperavam que o índice recuasse para 94,0.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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