Mercados

Ibovespa reverte alta e fecha em queda com piora em NY; Carrefour Brasil dispara

24 mar 2021, 17:08 - atualizado em 24 mar 2021, 18:07
Carrefour
O volume financeiro somou 30,57 bilhões de reais (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira, sucumbindo à piora em Wall Street na última hora do pregão, que ofuscou a disparada de mais de 12% das ações do Carrefour Brasil (CRFB3) após anunciar a aquisição do Grupo BIG por 7,5 bilhões de reais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,06%, a 112.064,19 pontos, revertendo a alta de boa parte da sessão, que chegou a 1,38% no melhor momento. O volume financeiro somou 30,57 bilhões de reais.

Em Nova York, o Dow Jones fechou quase estável, distante das máximas, enquanto o S&P 500 caiu 0,55% e o Nasdaq Composite recuou 2%, com papéis do setor de tecnologia mais uma vez minando os ânimos.

Por aqui, a curva de juros mostrou novo aumento, o que afeta negativamente empresas, mesmo após o Banco Central adotar uma política monetária mais austera.

Hoje, ela já precifica uma alta de 1 ponto percentual na (Selic) na reunião de maio”, observou o sócio e responsável por alocações de fundos de fundos na Kilima Gestão de Recursos, Renato Mekbekian, acima da sinalização do próprio BC.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual na semana passada, para 2,75% ao ano, acima do que esperava o mercado, e sinalizou novo aperto de igual magnitude em maio.

Tal decisão, conforme o BC reforçou na ata na véspera, levou em conta os riscos fiscais de curto prazo e preocupações com a desancoragem das expectativas para a inflação.

Além disso, Mekbekian chamou a atenção para a situação da pandemia de Covid-19 no país, com o mercado de olho no agravamento do quadro.

“Temos recordes atrás de recordes negativos, colapso em sistema de saúde, UTIs em São Paulo já próximas da lotação máxima. Então é um assunto para acompanhar. Tem muita coisa para acontecer”, afirmou.

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Destaques

Carrefour Brasil (CRFB3) disparou 12,77% após anunciar acordo para compra do Grupo BIG por 7,5 bilhões de reais, expandindo sua presença em regiões como o Nordeste e o Sul do país e ampliando sua liderança no setor de varejo alimentar.

O rival Gpa (PCAR3)  caiu 4,3%.

Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,74%, enquanto Bradesco (BBDC4) fechou em baixa de 1,03%.

Btg Pactual (BPAC11) perdeu 3,47%.

Petrobras (PETR4) fechou com variação positiva de 0,09%, descolando da recuperação dos preços do petróleo no exterior, com um ‘sell off’ do fim do pregão.

A empresa reduzirá preços de óleo diesel e gasolina em suas refinarias a partir de quinta-feira.

Suzano (SUZB3) valorizou-se 2,63% em dia de evento da companhia com investidores e após elevar preços na China para nível recorde, e avaliar que o mercado está sólido.

CCR (CCRO3)  subiu 2,07% após anúncio de que assinou aditivos contratuais que lhe garantiram mais de 1 bilhão de reais junto ao governo paulista, com destaque para reequilíbrio envolvendo contrato da concessão da Via Quatro.

Gol (GOLL4)  fechou em alta de 2,46%, tendo no radar assembleias nesta quarta-feira para decidir sobre a incorporação da controlada Smiles.

A Gol elevou a oferta aos acionistas da empresa de programa de fidelidade.

SMILES (SMLE3) subiu 8,8%. Após o fechamento, a Gol divulgou novo aumento da oferta.

IRB Brasil re (IRBR3) caiu 6,2%, em meio a ajustes, após forte valorização na véspera, na esteira de resultados do primeiro mês do ano, que mostraram lucro da resseguradora.

Magazine Luiza (MGLU3) recuou 5,3%, em sessão negativa para papéis de comércio eletrônico com um todo.

B2W (BTOW3) caiu 3,4% e Via Varejo (VVAR3) cedeu 5,53%.

Em Nova York, Mercado Livre perdeu 4,06%.

Vale (VALE3) subiu 2,3%, uma vez que os futuros do minério de ferro na China avançaram pela segunda sessão, recuperando-se do que analistas viram como um recuo exagerado em reação a medidas antipoluição.