Ibovespa retoma sinal positivo guiado por BRF e ações de bancos
O Ibovespa avançava nesta terça-feira, buscando se manter acima dos 114 mil pontos, apoiado no ganho dos papéis de bancos e com BRF disparando mais de 11% após divulgar projeções para os próximos anos.
Às 12:59 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 0,38%, a 114.179,14 pontos. O volume financeiro somava 9 bilhões de reais.
Wall Street abriu em baixa, o que freava um pouco o pregão brasileiro, com o aumento de casos de coronavírus ameaçando dificultar a recuperação econômica norte-americana.
Na visão do analista de investimentos da Warren, Igor Cavaca, discussões envolvendo o teto de gastos no Brasil também seguem no radar, dado o risco de descontrole fiscal e reversão do fluxo positivo de estrangeiros dos últimos dois meses.
“Isso atingiu o Ibovespa no final da tarde de ontem e está atingindo um pouco no início dessa manhã”, afirmou.
Na véspera, notícias sobre o suposto conteúdo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial desencadearem realização de lucros na B3.
Ainda na segunda-feira, o Ministério da Economia afirmou ser contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que temporária. O relator da PEC negou que o relatório desrespeite o teto.
Análise gráfica da Santander Corretora afirma que, após o ultrapassar os 109.500 pontos, o Ibovespa apresentará nova resistência no nível de 117.000 pontos.
Destaques
BRF (BRFS3) disparava 11,37%, após divulgar projeções para os próximos anos, entre elas a de receita líquida de 65 bilhões de reais para o período de 2021 a 2023.
A empresa também projetou investimentos de 55 bilhões de reais nos próximos dez anos e limite “prudencial” de alavancagem financeira líquida de até 3 vezes.
Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) avançavam 5,03% e 4,47%, respectivamente. O BTG Pactual iniciou a cobertura da estatal com recomendação de “compra” e preço-alvo de 57 reais para papéis ordinários (ELET3) e de R$ 63 reais para ações preferenciais classe B (ELET6), destacando a reviravolta operacional “sem precedente” da empresa nos últimos cinco anos.
Itaú Unibanco (ITUB4) subia 2,23% e Bradesco (BBDC4) ganhava 1,27%, com bancos mais uma vez dando suporte ao sinal positivo do Ibovespa. Banco do Brasil (BBAS3) avançava 2,88% e Santander Brasil (SANB11) tinha elevação de 1,65%.
Via Varejo (VVAR3) valorizava-se 2,87%, em sessão sem direção comum no setor de varejo online no Ibovespa, com Magazine Luiza (MGLU3) avançando 1,93%, enquanto B2W (BTOW3) caía 2,81%.
Vale (VALE3) recuava 0,46%, enfraquecendo o Ibovespa, com o setor de mineração e siderurgia entre os destaques de baixa. CSN (CSNA3) mostrava baixa de 1,83%.
Petrobras (PETR4) tinha variação positiva de 0,04% e Petrobras (PETR3) subia 0,55%, em sessão marcada pelo declínio dos preços do petróleo no exterior.
Suzano (SUZB3) cedia 0,38%, mesmo após anúncio de aumento de preços de celulose a clientes do Sudeste Asiático e Oriente Médio, para 550 dólares a tonelada.
Na visão do analista Caio Ribeiro, do Credit Suisse, a alta reforça a convicção da Suzano de que o ambiente de oferta e demanda está melhorando de forma sustentável.