Ibovespa (IBOV) resiste à queda em Wall Street e sobe com peso de Vale
O principal índice da bolsa brasileira subiu levemente nesta terça-feira, sustentado pelas ações de empresas ligadas a commodities, como a Vale (VALE3), e de grandes bancos, ainda que bolsas em Wall Street tenham caído firme influenciadas pela alta dos títulos do governo dos Estados Unidos.
O Ibovespa (IBOV) subiu 0,28%, para 106.667,66 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 25,8 bilhões de reais.
Por aqui, o dia foi de mobilização de algumas categorias de servidores públicos federais por reajustes salariais. O vice-presidente Hamilton Mourão, entretanto, afirmou que não há espaço no Orçamento para a concessão dos aumentos.
O gatilho dos movimentos foi a autorização do governo para reajustar salários de categorias policiais, gerando insatisfação em outras carreiras.
Segundo Mourão, nem mesmo o reajuste para os trabalhadores da área de segurança pública está garantido.
Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença, disse que o mercado mantém a questão dos servidores no radar e que o cenário pode piorar caso o reajuste para algumas categorias policiais realmente saia do papel. Ele também destacou o suporte das ações de empresas de commodites para o Ibovespa na sessão.
Em Wall Street, os três principais índices recuaram forte.
O Nasdaq caiu 2,6%, puxado pelas ações de empresas de tecnologia, dado o avanço nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano.
Papéis de bancos também caíram, puxados por Goldman Sachs, que divulgou lucro abaixo do esperado.
Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos alcançaram o pico desde janeiro de 2020, enquanto os de títulos de dois anos subiram acima de 1% pela primeira vez desde fevereiro passado.
O movimento foi puxado por expectativa de um banco central norte-americano mais agressivo contra a inflação.
O Federal Reserve se reúne na semana que vem para decisão de política monetária, em que não deve subir juros, mas pode indicar uma alta para março.
O índice europeu STOXX 600 fechou em queda de 1%, acompanhando clima de aversão ao risco.
Destaques
Vale (VALE3) subiu 2,45%. Siderúrgicas também tiveram fortes ganhos, com Gerdau (GGBR4) avançando 3,4% e CSN (CSNA3) subindo 2,6%.
Os futuros do minério de ferro em Dalian fecharem em alta de 1,1%.
Petrobras (PETR4) avançou 0,44%, enquanto Petrorio (PRIO3) disparou 4,8%, após petróleo atingir maior patamar em sete anos, diante de potencial disrupção na oferta.
Ataques do grupo Houthi, do Iêmen, aos Emirados Árabes Unidos, se juntaram a perspectivas de um mercado já apertado.
Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,6%, Bradesco (BBDC4) ganhou 1,8%, Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 0,9%, enquanto BTG Pactual (BPAC11) caiu 4,3% e Santander Brasil (SANB11) recuou 0,7%.
INTER (BIDI11) desabou 10,4% e Locaweb (LSAW3) derreteu 10,6%, acompanhando sessão dos papéis ligados ao setor de tecnologia no exterior.
BRF (BRFS3) recuou 5,8%, interrompendo quatro sessões de alta. Na véspera, acionistas da companhia aprovaram aumento de capital via follow-on.
Equatorial (EQUAL3) caiu 2%, após companhia confirmar notícias anteriores de que avalia um follow on.
A empresa reforçou, porém, que até o momento não definiu sobre a oferta.
Mrv (MRVE3) caiu 2,2%, após divulgar que seus lançamentos subiram 52,4% no quarto trimestre ante mesmo período de 2020, dado principalmente o desempenho da AHS, unidade do grupo nos Estados Unidos, e as vendas cresceram 18% ano a ano.
Mas a empresa apurou consumo de caixa no período.
Cogna (COGN3) avançou 3,7% e Yduqs (YDUQ3) subiu 2,9%. No caso de Cogna, a gestora Alaska elevou fatia na companhia para 15,2%, segundo comunicado divulgado na véspera.