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Ibovespa: índice recua 2% com piora na tensão institucional no país e Localiza e Unidas disparam

08 set 2021, 10:10 - atualizado em 08 set 2021, 11:55
Ibovespa
Às 11:53, o Ibovespa caía 2,41 %, a 115.050.25 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa recuava 2% no retorno do feriado, com agentes financeiros repercutindo nesta quarta-feira potenciais desdobramentos de manifestações no país na véspera e ajustando posições ao comportamento de Wall Street na terça-feira, quando não houve negociação no pregão brasileiro.

Às 11:53, o Ibovespa caía 2,41 %, a 115.050.25 pontos. O volume financeiro somava 7,9 bilhões de reais.

Milhares de pessoas foram às ruas de capitais do país no 7 de Setembro em atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro que tiveram como mote críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto o chefe do Executivo atacou ministros da corte e ameaçou descumprir decisões.

Vários partidos políticos condenaram as declarações de Bolsonaro, com alguns prometendo monitorar os próximos eventos para avaliar um eventual apoio a um processo de impeachment contra o presidente.

Na visão da Eurasia Group, as chances de um impeachment permanecem muito baixas. A consultoria avaliou que houve um aumento nas tensões e na retórica, mas que os fatores para um ambiente pré-eleitoral cada vez mais polarizado não mudaram, nem o impasse institucional que tem caracterizado os últimos meses.

Agentes de mercado também avaliaram que os eventos da véspera devem custar tempo, dificultando negociações de pauta no Congresso, como as reformas tributária e administrativa, além de atrapalhar as discussões de outros temas, como a questão dos precatórios, entre outros reflexos.

O pregão brasileiro ainda tinha de pano de fundo o movimento de ADRs brasileiros na véspera, incluindo a queda dos papéis da Vale negociados em Nova York, o que corroborava ajustes na bolsa nesta sessão, além da fraqueza em Wall Street nesta quarta-feira, com o S&P 500 cedendo 0,1%.

Destaques

Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) disparavam 8,8% e 8,5%, respectivamente, após a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendar a fusão das duas companhias com a adoção de remédios que mitiguem riscos concorrenciais, que analistas consideraram mais brandos que o esperado.

Vale (VALE3) recuava 2,1%, sofrendo com ajustes ao declínio de 1,9% de seu ADR na véspera em Nova York, em mais uma sessão de queda do setor de mineração e siderurgia na bolsa paulista, com nova sessão de fraqueza dos preços do minério de ferro no exterior. Usiminas (USIM5) cedia 4,2%, com dados da indústria automotiva brasileira também no radar.

Itaú Unibanco (ITUB4) perdia 2,3% e  Bradesco (BBDC4) mostrava queda de 3,4%, em meio ao ambiente mais avesso a risco no mercado brasileiro, depois que manifestações na véspera corroboraram perspectivas de desmobilização das pautas econômicas. No setor financeiro,B3 (B3SA3) cedia 4,4%, também pesando no Ibovespa.

Petrobras (PETR4) registrava baixa de 2,4%, descolada da alta dos preços do petróleo no mercado externo, também sofrendo com o clima mais tenso no cenário político-institucional local.

Eztec (EZTC3) caía 5,3%, com papéis de construtoras contaminados pelo movimento de alta das taxas futuras de juros de longo prazo.

Cyrela (CYRE3) perdia 4,8, também entre as maiores quedas do Ibovespa. O índice do setor imobiliário, que também inclui papéis de shopping centers, mostrava declínio de 2,9%.

(Atualizada às 11:54)

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