Ibovespa mostra indefinição com declínio de Vale e noticiário corporativo no radar
A bolsa paulista não mostrava uma tendência firme nesta terça-feira, com o Ibovespa pressionado pela queda das ações da Vale, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na China, enquanto Sul América e MRV reagiam positivamente ao noticiário corporativo.
Às 11:34, o Ibovespa caía 0,00 %, a 119.742.34 pontos. Na mínima, mais cedo, chegou a recuar para 119.297,62 pontos. Na máxima, chegou a 120.156,94 pontos. O volume financeiro somava 4,75 bilhões de reais.
Em meio a operações visando o fechando do mês, com o Ibovespa caminhando até o momento para um declínio de 1,8% em agosto, agentes financeiros seguem monitorando também desdobramentos em Brasília, com potenciais efeitos na situação fiscal e no comportamento dos preços no país.
Há expectativa de que o governo envie ao Congresso sua proposta de Orçamento para 2022, bem como é aguardada a divulgação do valor de reajuste da tarifa de energia elétrica.
Mais cedo, o IBGE divulgou que o Brasil chegou ao final do segundo trimestre com queda na taxa de desemprego devido ao aumento da ocupação, para 14,1%, mas ainda com 14,4 milhões de pessoas sem trabalho e com o mercado ainda buscando recuperar-se da crise recente.
O Banco Central também informou que os gastos do setor público consolidado com juros saltaram a 45,119 bilhões de reais, frente a 5,838 bilhões de reais no mesmo mês do ano passado, num reflexo do peso para as contas do governo de variáveis como inflação e Selic mais altas.
Na visão do economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, investidores no Brasil estão estressados com o ambiente político tenso, expectativa de grandes manifestações pró e contra o governo no próximo dia 7, manifestos de entidades de classes, reformas que não andam e crise hídrica.
Além disso, acrescentou, há ainda expectativa de medidas populistas.
No exterior, Wall Street mostrava os principais índices acionários em queda, afetados particularmente pelo declínio de papéis de tecnologia, enquanto dados na China mostraram que o crescimento da atividade industrial desacelerou mais do que o esperado em agosto.
Destaques
MRV (MRVE3) subia 5,3%, tendo de pano de fundo que o conselho de administração da construtora aprovou novo programa de recompra de até 24,145 milhões de ações. No setor, Cyrela (CYRE3) avançava 2,9%.
SulAmérica (SULA11) valorizava-se 3%, após apresentar uma proposta vinculante não solicitada para a aquisição de até 100% do capital do Grupo HB Saúde por 485 milhões de reais.
Vale (VALE3) caía 1,9%, contaminada pelo declínio dos preços do minério de ferro na China , com ações do setor de mineração e siderurgia do Ibovespa como um todo no vermelho. CSN (CSNA3) perdia 2,8%.
Petrobras (PETR4) recuava 1,5%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo. Investidores também repercutiam comentários do presidente Jair Bolsonaro mais cedo nesta terça-feira sobre começar “agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis”.
Itaú Unibanco (ITUB4) subia 1,2% e Bradesco (BBDC4) avançava 1%, com papéis de bancos respondendo por relevante suporte ao Ibovespa.
Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, despencava 10,7%, após a Rede D’Or São Luiz desistir de lançar uma oferta pública (OPA) para a aquisição da empresa de diagnósticos médicos. Rede D’Or (RDOR3) ainda estava em leilão em razão de uma operação de block trade.
Stone (STNE) perdia 2% em Nova York, após reportar na noite da véspera prejuízo líquido ajustado de 150,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo resultado positivo um ano antes, com uma provisão extra, após admitir ter sido surpreendida com falhas em seu negócio de crédito.
(Atualizada às 11:35)