Mercados

Ibovespa recua 1,2% com realização de lucros endossada por exterior

16 jul 2020, 17:17 - atualizado em 16 jul 2020, 18:00
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O Ibovespa fechou em baixa de 1,22%, a 100.553,27 pontos (REUTERS/Rahel Patrasso)

A bolsa paulista fechou em queda nesta quinta-feira, um dia após renovar máxima em mais de quatro meses, com movimentos de realização de lucros endossados pelo viés negativo nos mercados no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa (IBOV) fechou em baixa de 1,22%, a 100.553,27 pontos, tendo chegado a 100.160,18 pontos no pior momento do dia. O volume financeiro do pregão somou 23,9 bilhões de reais.

Apenas neste mês, o Ibovespa já acumula elevação de 5,78%. Desde a mínima do ano, em março, a alta alcança cerca de 60%. No ano, porém, a conta ainda é negativa, com queda de 13%.

“Movimento de clara realização de lucros depois de um mês muito bom”, disse o gestor Ricardo Campos, da Reach Capital, que vê investidores tentando fazer realocação entre empresas favorecidas na quarentena e outras que podem voltar a se beneficiar.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,3%, pressionado por receios sobre os efeitos econômicos de casos crescentes de Covid-19 nos Estados Unidos diante de dados mostrando desemprego ainda elevado naquele país.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,3% (Imagem: Reuters/Lucas Jackson)

Ainda no exterior, conforme pontuou a equipe da Tullet Prebon no Brasil, o crescimento do PIB acima do esperado na China no segundo trimestre não animou os mercados, que se voltaram para o dado de varejo de junho, abaixo do esperado.

O PIB chinês subiu 3,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, ante previsão em pesquisa da Reuters de alta de 2,5%. Já as vendas no varejo contraíram 1,8% em junho ante expectativa de aumento de 0,3%.

“A China assustou um pouco, mas nada que mude por ora a tendência para a bolsa, que é de alta”, afirmou o diretor da Mirae Asset Pablo Spyer.

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Destaques

Vale (VALE3) recuou 2,7%, alinhada ao declínio dos preços do minério de ferro na China, além de declaração da companhia de que não há decisão sobre a retomada do pagamento de dividendos a acionistas, suspensos desde o desastre de Brumadinho (MG) no ano passado.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) caíram 2,66% e 2,36%, na esteira do declínio dos preços do petróleo no mercado externo, após decisão da Opep+ de reduzir os cortes recordes de oferta que vinha promovendo e pelo ritmo crescente da contagem de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) caíram 2,66% e 2,36% (Imagem: Petrobras /Divulgação)

BTG Pactual (BPAC11) avançou 2,44%, descolado do setor, tendo de pano de fundo notícias de que um relevante escritório de agente autônomo filiado à rival XP Investimentos está trocando de casa para se tornar uma corretora em sociedade com o BTG. Em Nova York, XP fechou em queda de 5,19%.

Bradesco (BBDC4) recuou 1,76% e Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,68%, chancelando a correção negativa do Ibovespa.

Cogna (CONG3) subiu 5,03%, entre os destaques positivos, conforme permanecem as expectativas relacionadas ao IPO de sua unidade de educação básica Vasta nos Estados Unidos. No setor, YDUQS (YDUQ3) fechou estável.

Tim (TIMP4) e Vivo (VIVT4) avançaram 2,57% e 2,75%, respectivamente, em meio a apostas sobre movimentações das companhias visando ativos da Oi. A TIM ainda comunicou nesta quinta-feira que contratou o UBS para encontrar parceiros para financiar sua rede de fibra ótica no Brasil.

JHSF (JHSF3), que não está no Ibovespa, caiu 4,19%, a 10,07 reais, após precificar na quarta-feira oferta de ações a 9,75 reais por papel, com esforços restritos, movimentando 433,17 milhões de reais. Os recursos devem ser em parte investidos na expansão da estratégia digital da companhia.

reuters@moneytimes.com.br