Ibovespa recua 2% após fala de Haddad na Febraban; “Bolsa muda a cada palavra dele”, diz analista
O Ibovespa (IBOV) amplia a queda no meio do pregão desta sexta-feira (25), após a fala de Fernando Haddad na Febraban. Por volta das 14h10, o principal índice da Bolsa brasileira recuava 2%, cotado aos 109.600 pontos.
Em nome de Lula (PT), o ex-ministro disse, no evento, que a determinação do presidente eleito é dar prioridade total à reforma tributária no início do governo.
Além disso, também falou que o Orçamento da União hoje tem dificuldade de atingir qualquer compromisso programado e precisa ser reconfigurado, para dar consistência ao gasto público.
Segundo Pedro Galdi, analista da Mirae, o discurso de Haddad pesa no Ibovespa. “Bolsa muda a cada palavra dele, para cima ou para baixo”, diz.
O analista da Benndorf, Niels Tahara, ainda ressalta que o ex-ministro voltou a falar em gastos para combater os problemas sociais do país, mas sem deixar claro como será tratado o déficit da dívida, principal preocupação dos investidores.
Além disso, deu-se um tom que deixa a entender que Haddad deve ser o próximo Ministro da Fazenda, nome visto com pessimismo pelo mercado.
Outros fatores que seguem fazem preço no Ibovespa são as incertezas relacionadas ao rumo fiscal no país e à equipe ministerial do novo governo.
Em Wall Street, o índice referencial S&P 500 subia nesta sexta, com foco nas varejistas, conforme começaram as vendas da Black Friday tendo como pano de fundo um cenário de inflação teimosamente alta e crescimento econômico esfriando. No Brasil, as varejistas lideram as quedas do IBOV.
Derrocada após disparada
Na quinta-feira (25), o Ibovespa teve uma forte recuperação. Sem negociações em Wall Street e com o jogo da Seleção Brasileira, o índice saltou 2,75%.
O fôlego não se sustenta nessa sessão, uma vez que segue aberta a questão sobre o ministério de Lula e a PEC da Transição não apresenta avanços concretos, embora a sinalização seja de que o texto final possa ser menos ruim, na visão do mercado, do que a primeira proposta.
A falta de acordo político levou a mais um adiamento da apresentação do PEC que, na melhor das hipóteses, deve ser protocolado pelo autor, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), apenas na terça-feira da semana que vem.
*Com Reuters
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