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Ibovespa reage e fecha em alta com ajuda de Wall Street e noticiário corporativo

29 out 2020, 17:09 - atualizado em 29 out 2020, 18:06
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A trégua nas perdas veio após o Ibovespa registrar a maior queda percentual diária na véspera (de mais de 4%) (Imagem; Reuters/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de mais de 1% nesta quinta-feira, acompanhando a recuperação de Wall Street e com uma bateria de resultados e perspectivas corporativas sob os holofotes, enquanto agentes financeiros seguem monitorando o avanço de casos de Covid-19 nos EUA e na Europa.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,38%, a 96.682,70 pontos, de acordo com dados preliminares, encerrando uma série de quatro pregões fechando no vermelho. O volume financeiro somava 31,4 bilhões de reais.

A trégua nas perdas veio após o Ibovespa registrar a maior queda percentual diária na véspera (de mais de 4%) e cair para 93.386,55 pontos no pior momento desta quinta-feira, quando chegou a reverter os ganhos acumulados em outubro. Com a reação, mostra agora alta de cerca de 2% no mês.

Em Nova York, o S&P 500 (SPX) subiu mais de 1%, encontrando suporte em alta de papéis de tecnologia antes da divulgação de balanços, além de dados sobre a economia norte-americana, embora persista a apreensão associada a uma nova onda de coronavírus e a incerteza com desfecho eleições nos EUA.

“A questão do Covid-19 continua, e para nós ainda é o principal ponto de preocupação”, afirmou o gestor Werner Roger, sócio na Trígono Capital, acrescentando, porém, que há várias vacinas sendo testadas e que provavelmente começarão chegar no final do ano, ou começo de 2021. “Pode ser um alento.”

Ele acrescentou que as eleições norte-americanas também estão ditando posições mais defensivas no mercado brasileiro, embora acredite que qualquer candidato que vencer manifestará algum tipo de solução para a economia em termos de estímulos.

“Quando sair o resultado, acho que vai destravar um pouco”, afirmou, frisando que Wall St norteia o mercado local, embora tenha ocorrido certo descolamento recentemente. “Agora está novamente muito colado na biruta de Wall Street… Para onde apontar, o Brasil vai na mesma direção.”

Investidores do mercado brasileiro ainda repercutiram a decisão do Banco Central de manter na véspera a Selic na mínima história de 2% ao ano, bem como a mensagem de orientação futura e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.

O analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, ainda chamou a atenção para os bons resultados operacionais de Petrobras e Vale, em especial o lado do fluxo de caixa, bem como o teste dos 93 mil pontos, “que se trata do principal suporte de curto prazo e onde abriu compra no começo de outubro”.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também divulgou nesta quinta-feira que o número de ofertas públicas iniciais (IPO) realizadas na B3 em setembro foi o maior desde 2010, com oito empresas abrindo capital.

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Destaques

Petrobras (PETR4) ganhou 3,32%, revertendo a fraqueza do começo da sessão, quando foi pressionada pelo tombo do petróleo no exterior. A empresa teve alta no Ebitda ajustado, para 33,4 bilhões de reais no terceiro trimestre.

O presidente da companhia disse em teleconferência que ela e suas sócias podem fazer IPO da unidade criada que opera infraestruturas de escoamento e processamento de gás.

Vale (VALE3) subiu 2,92%, após lucro líquido de 2,9 bilhões de dólares no terceiro trimestre, com melhores preços do minério de ferro em meio à sinalizou que espera manter taxas robustas de produção de minério de ferro no quarto trimestre, mas que há riscos ligados a atrasos no licenciamento e impactos com começo da estação chuvosa.

Cogna (COGN3) valorizou-se 6,82%. Mais cedo, a empresa divulgou que faturou 365 milhões de reais com vendas no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático de 2021, com 158 milhões sendo reconhecidos no terceiro trimestre.

Fleury (FLRY3) ganhou 4,5%, entres as maiores altas da sessão, antes da divulgação do balanço.

Usiminas (USIM5) avançou 3,69%, após resultado do terceiro trimestre, com lucro de 198 milhões de reais, ante prejuízo de 139 milhões de um ano antes.

O diretor comercial da empresa disse em teleconferência que os valores do aço no Brasil estão 4% a 5% abaixo dos praticados no exterior e que a intenção é que esta paridade fique positiva entre 7% e 8%.

Ambev (ABEV3) recuou 3,59%, entre os destaques negativos, após reportar queda de 9,4% no lucro do terceiro trimestre, com aumento de despesas e a pandemia ainda pressionando margens, embora volumes e receitas tenham crescido.

Bradesco (BBDC4)  afastou-se das mínimas e fechou em baixa de 1%, após queda no lucro trimestral para 5 bilhões de reais, com o banco elevando as provisões para inadimplência em 67,5% ano a ano. O presidente-executivo do banco disse que o lucro deve voltar para patamares de antes da pandemia em 2021, caso a pandemia não piore.

Tupy (TUPY3), que não está no Ibovespa, disparou 14,22%, liderando as altas do índice Small Caps, em meio ao balanço do terceiro trimestre, que mostrou seus maiores lucro operacional, lucro líquido e Ebitda da história.