Ibovespa: Rali de fim de ano encontra resistência nos gráficos (além da PEC e da equipe econômica)
O Ibovespa iniciou dezembro buscando espaço para um rali de fim de ano. Porém, a bolsa brasileira aguarda a definição sobre a equipe econômica do próximo governo e também sobre a PEC da Transição de presente de Natal.
Mas os investidores podem acabar ganhando só uma “lembrancinha”. Afinal, não se esperam novidades sobre ambos os temas nos próximos dias.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva só deve revelar os nomes dos futuros ministros após a diplomação na Justiça Eleitoral no dia 12. Já a proposta que contempla promessas de campanha só deve ser votada no Senado da semana que vem, indo depois para a Câmara.
“O rali de fim de ano vai depender do tamanho da PEC e do nome do ‘posto Ipiranga’ do Lula”, comenta um operador sênior de renda variável de uma corretora nacional, referindo-se ao ministro da Economia (ou da Fazenda, caso seja recriado).
O problema é que até tudo isso ser definido já será meados de dezembro, esgotando o tempo para uma arrancada das ações na reta final do mês. “Mas dá tempo de fazer um baita estrago”, pondera o profissional citado acima, alertando para um eventual presente desagradável ao mercado.
O que dizem os gráficos?
Mas não é só Brasília que deve decepcionar. Graficamente, o Ibovespa apresenta dificuldades em iniciar um movimento de recuperação, aponta análise do Itaú BBA.
Para o time de análise técnica, o Ibovespa precisa superar os 112,6 mil pontos para consolidar uma retomada mais consistente. A partir daí, pode alcançar as regiões mais altas, entre os 114 mil e os 118 mil pontos.
Do lado da baixa, o Itaú BBA ressalta que é importante que o índice acionário fique acima do suporte aos 106,2 mil pontos, que representa a região acima da média móvel de 200 dias (MM200). Caso o Ibovespa seja negociado abaixo dessa região, entrará em tendência de baixa no curto prazo, em direção aos 101,6 mil e aos 95,2 mil pontos.
O mesmo alerta faz o BB Investimentos. Para a equipe de análise gráfica, as “forças de baixa” do Ibovespa vêm aumentando, com o índice testando os limites marcados pela “famigerada” MM200.
Com isso, o Ibovespa caminha em direção à clássica conformação de topos e fundos descendentes, iniciados por um padrão “ombro-cabeça-ombro”. Se confirmado esse caminho, o índice acionário perderia a linha de tendência de alta antes da virada para 2023.
Da mesma forma que o Itaú BBA, o BB Investimentos avalia que uma reversão altista só seria possível se o nível dos 114 mil pontos fosse superado – e com consistência.