Falta de ajuste fiscal robusto consolida ano negativo para o Ibovespa, diz analista
A ausência de um ajuste fiscal robusto e os juros elevados têm pressionado o desempenho do Ibovespa em 2024, que acumula baixa de 7,2% de janeiro até agora. Embora haja uma possibilidade de recuperação pontual no final do ano, o principal índice da bolsa brasileira deve encerrar o período em queda, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research no Giro do Mercado desta quinta-feira (28).
Spiess destaca que, sem um arcabouço fiscal sólido, o governo depende de juros altos como âncora monetária, perpetuando um ciclo de baixo crescimento econômico. Esse cenário tem limitado o apetite dos investidores, refletindo diretamente no desempenho do mercado acionário.
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O governo anunciou nesta semana medidas de contenção de gastos que devem gerar economia de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30,6 bilhões em 2025 e R$ 41,3 bilhões em 2026, com impacto acumulado de R$ 327 bilhões até 2030. O anúncio, no entanto, foi acompanhado da informação de que o governo elevará faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil,
Durante coletiva de imprensa realizada hoje, Haddad foi perguntado sobre a reação do mercado ao anúncio das medidas fiscais, feitas em conjunto com a divulgação de proposta para isentar de imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil mensais.
O ministro reconheceu que a proposta de mudanças no imposto de renda gerou ruído e afirmou que a cotação do dólar, que chegou a ultrapassar os R$ 6 pela primeira vez na história, deve se acomodar ao passo que as medidas forem explicadas.
Segundo Spiess, os problemas fiscais enfrentados pelo governo têm raízes anteriores, citando a aprovação da “PEC da Transição” como um exemplo. Essa medida, adotada ainda na transição de governo, contribuiu para criar uma armadilha fiscal que minou a confiança dos investidores. Embora o governo busque corrigir essas questões, Spiess avalia que o mercado já não reage de forma positiva a essas iniciativas.