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Ibovespa perde fôlego e recua apesar de máximas em Wall Street; Fleury sobe mais de 6%

02 set 2020, 13:23 - atualizado em 02 set 2020, 13:23
Ibovespa
As perdas nesta sessão eram atenuadas pela trajetória de alta em Wall Street (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) perdia o fôlego e recuava nesta quarta-feira, em meio a ajustes de posições após forte alta na véspera, com bancos entre as maiores pressões de baixa, enquanto Fleury (FLRY3) figurava entre os destaques positivos.

Às 13h21, o Ibovespa caía 0,67 %, a 101.486,01 pontos. O volume financeiro era de 7 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 2,8%.

As perdas nesta sessão eram atenuadas pela trajetória de alta em Wall Street, onde o S&P 500 e o Nasdaq Composite renovaram recordes, mesmo com dados abaixo do esperado sobre a criação de empregos no setor privado dos EUA.

“Dados econômicos sólidos dos EUA e da China estão dando a investidores esperança de que a economia global possa se recuperar mais rápido do que o esperado da crise do Covid-19“, observou o analista Milan Cutkovic, da AxiCorp.

No Brasil, a cena fiscal e desdobramentos sobre reformas, particularmente após promessa de envio da reforma administrativa ainda nesta semana, continuam sendo monitorados por agentes financeiros.

“Para garantir uma trajetória sustentável da dívida nos próximos anos, o ajuste das contas públicas, com foco no dispêndio, é fundamental, principalmente para pensarmos em crescimento econômico e juros de equilíbrio”, afirmou o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.

Suzano caía 2,93%, após começar setembro com elevação relevante, mesmo após alta acumulada de 19,5% em agosto (Imagem: YouTube/Suzano)

“Nesse sentido, o cumprimento do teto de gastos se torna cada vez mais importante”, ressaltou em relatório a clientes nesta quarta-feira.

Também o ambiente político no país é acompanhando e, nesse contexto, repercutia positivamente a aprovação pela Câmara dos Deputados de novo marco regulatório do gás natural no Brasil, que deve reduzir a burocracia para investimentos em novos gasodutos e aumentar a competição no setor.

“A aprovação do marco do gás foi robusta…indica ambiente político menos pressionado”, avaliou a equipe da Tullett Prebon Brasil, em nota a clientes.

Destaques

Suzano (SUZB3) caía 2,93%, após começar setembro com elevação relevante, mesmo após alta acumulada de 19,5% em agosto. No setor, Klabin (KLBN11)perdia 1,95%, após elevação de 1,5% na terça-feira e 24,4% em agosto.

BTG Pactual (BPAC11) recuava 1,85%, capitaneando as perdas dos bancos no Ibovespa, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 1,15% e Bradesco (BBDC4) caindo 0,28%.

Petrobras (PETR3;PETR4)  tinha variação negativa 0,21%, com a fraqueza dos preços do petróleo no exterior abrindo espaço para uma realização de lucros no papel.

Vale (VALE3) perdia 1,42%, mesmo com a alta dos preços do minério de ferro na China. A mineradora disse que recebeu declarações de condição de estabilidade negativas (DCEs) para seis estruturas geotécnicas em Minas Gerais.

Usiminas (USIM5) avançava 4,03%, descolada do setor, tendo de pano de fundo crescimento de vendas de veículos novos em agosto ante julho no país, além de elevação do preço-alvo para 11 reais pelo UBS.

Fleury (FLRY3) subia 6,23%, um dia após o grupo de diagnósticos médicos anunciar lançamento de uma empresa de tecnologia, baseada na ciência de dados e inteligência artificial.

Pague Menos (PGMN3) disparava 17,88% em sua estreia na B3 após precificar IPO a 8,50 reais na segunda-feira, em operação na qual levantou 746,9 milhões de reais.

Lavvi (LAVV3) perdia 10,53%, também em estreia na bolsa paulista, após precificar IPO a 9,50 reais por papel na segunda-feira, levantando 1,027 bilhão de reais. Cyrela (CYRE3), acionista da companhia, caía 1,59%.