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Ibovespa perde fôlego e fecha com alta discreta antes de decisão de juros

27 out 2021, 17:10 - atualizado em 27 out 2021, 17:44
Ibovespa
O volume financeiro somou 27,7 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou com uma alta discreta nesta quarta-feira, perdendo fôlego no fim do pregão, com a cautela prevalecendo antes de decisão de política monetária do Banco Central e o risco de um aumento mais forte na Selic.

Índice de referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,05%, a 106.363,10 pontos, após os ajustes finais do pregão. Na máxima do dia, chegou a superar os 108 mil pontos (+1,7%). O volume financeiro somou 27,7 bilhões de reais.

Um alívio nos juros futuros abriu espaço para a tentativa de recuperação na bolsa paulista nesta sessão, após o Ibovespa cair mais de 2% na véspera, quando o IPCA-15 endossou apostas de um aumento mais potente na Selic nesta quarta-feira.

Mas sem mudança efetiva no prognóstico, o Ibovespa arrefeceu, uma vez que a bolsa tende a responder negativamente à perspectiva de juros mais altos no horizonte, entre outras razões, pelo efeito no custo de capital das empresas e potencial migração de recursos da renda variável para a renda fixa.

“Se antes a gente trabalhava com mais uma alta de 1 ponto percentual, isso não vai ser suficiente e vai ser uma sinalização péssima para o mercado e para os investidores”, disse o diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy.

Após o presidente Jair Bolsonaro ter decidido romper o teto de gastos, afirmou, o ministro da Economia acabou jogando para o BC a responsabilidade de conter os mercados e obviamente segurar a inflação de uma maneira muito mais incisiva.

“Hoje, nada menos do que 1,5 ponto vai ajudar”, avaliou, acrescentando que o mercado também já precifica outras altas significativas que provavelmente farão o BC romper a barreira psicológica de dois dígitos para a Selic.

Desde a semana passada, vários bancos vêm revisando suas projeções para esta decisão do Copom, com muitos economistas já estimando alta de 1,5 ponto percentual e enxergando uma taxa de dois dígitos no final do ciclo de alta.

O pregão nesta quarta-feira ainda contou com a repercussão a balanços corporativos de nomes como Santander Brasil, Gerdau, Banco Inter e Weg, com as respectivas ações mostrando desempenho sem direção comum.

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Destaques

Banco Inter (BIDI11) e Banco Inter (BIDI4)  subiram 0,7% e 0,6%, respectivamente, após o banco digital reverter prejuízo e lucrar 19,2 milhões de reais no terceiro trimestre, mais do que dobrando a carteira de crédito no período.

Santander Brasil (SANB11) fechou quase estável, mesmo após divulgar alta de 12,5% no lucro do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, com o ROE no melhor patamar histórico.

No setor, Bradesco (BBDC4) subiu 1,33% e Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,76%.

Eztec (EZTC3) valorizou-se 5%, em sessão de recuperação do setor imobiliário, na esteira do alívio na curva de juros.

O índice do segmento na B3 (B3SA3), que também inclui ações de shoppings, subiu 3,11%.

Multiplan (MULT3), que divulga resultado após o fechamento do mercado nesta quarta-feira, encerrou com acréscimo de 4,6%.

Petrorio (PRIO3) recuou 6,6%, em sessão de forte queda dos preços do petróleo no exterior. A companhia anunciou na véspera que iniciou a produção de poço em Tubarão Martelo com volume de 3,8 mil barris/dia.

Gerdau (GGBR4) perdeu 2,5%, revertendo ganhos do começo do dia, quando subiu 3,67% após salto no lucro do terceiro trimestre. A companhia espera recuperação mais lenta que o esperado no setor automotivo.

No setor de mineração, Vale (VALE3) caiu 2,3%.

Petrobras (PETR4) cedeu 0,2%, tendo de pano de fundo a queda do preço do petróleo no exterior, enquanto Bolsonaro voltou a falar que considera privatizar a empresa e que ela serve para lhe dar “dor de cabeça” e prestar serviço aos acionistas.