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Ibovespa: para reverter queda, é preciso que Brasília ajude, dizem analistas

28 set 2021, 14:23 - atualizado em 28 set 2021, 21:19
Ibovespa
Para Pedro Gaudi, da Mirae Asset, em conversa com o Money Times, diferentemente de outras Bolsas, a nossa está afundando (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) derreteu 3% nesta terça-feira (28), voltando ao patamar de 110 mil pontos.

Dessa vez, os vilões da sessão foram tanto internacionais quanto nacionais. Na China, o principal parceiro comercial do Brasil, além do já falado caso Evergrande, outra preocupação paira no ar: a crise energética. 

“Esse fator aumenta a demanda pelo petróleo e também reflete nas expectativas de crescimento da China”, aponta o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila.

Isso pesava sobre ações de exportadoras brasileiras de metais, incluindo Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5), que possuem grande peso no Ibovespa. 

Para Pedro Gaudi, da Mirae Asset, em conversa com o Money Times, diferentemente de outras Bolsas, a nossa está afundando. “Fica claro nos gráficos que estamos em um canal de baixa”, aponta. 

Na visão dele, é necessário boas notícias vindo de Brasília, como a resolução dos precatórios, a reforma administrativa e a questão fiscal.

O que temos, por enquanto, é inflação persistente pelo custo dos combustíveis, crise hídrica e custo da energia.

“Isso tem impactado as expectativas da recuperação da economia e diminui ou afasta o potencial de precificação das ações. Falar em piso ou timing de reversão do movimento requer um acompanhamento”, completa Chinchila. 

A especialista em ações da Clear Corretora Pietra Guerra também apontou em nota que o cenário político pesa, com o Governo Federal sinalizando possível extensão do auxílio emergencial.

“Isso traz algumas preocupações em relação aos gastos do governo e como ficará as contas públicas nos próximos anos”, afirmou ela.

A expectativa da Mirae é que o Ibovespa termine o ano em 135 mil pontos.