Ibovespa: para reverter queda, é preciso que Brasília ajude, dizem analistas
O Ibovespa (IBOV) derreteu 3% nesta terça-feira (28), voltando ao patamar de 110 mil pontos.
Dessa vez, os vilões da sessão foram tanto internacionais quanto nacionais. Na China, o principal parceiro comercial do Brasil, além do já falado caso Evergrande, outra preocupação paira no ar: a crise energética.
“Esse fator aumenta a demanda pelo petróleo e também reflete nas expectativas de crescimento da China”, aponta o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila.
Isso pesava sobre ações de exportadoras brasileiras de metais, incluindo Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5), que possuem grande peso no Ibovespa.
Para Pedro Gaudi, da Mirae Asset, em conversa com o Money Times, diferentemente de outras Bolsas, a nossa está afundando. “Fica claro nos gráficos que estamos em um canal de baixa”, aponta.
Na visão dele, é necessário boas notícias vindo de Brasília, como a resolução dos precatórios, a reforma administrativa e a questão fiscal.
O que temos, por enquanto, é inflação persistente pelo custo dos combustíveis, crise hídrica e custo da energia.
“Isso tem impactado as expectativas da recuperação da economia e diminui ou afasta o potencial de precificação das ações. Falar em piso ou timing de reversão do movimento requer um acompanhamento”, completa Chinchila.
A especialista em ações da Clear Corretora Pietra Guerra também apontou em nota que o cenário político pesa, com o Governo Federal sinalizando possível extensão do auxílio emergencial.
“Isso traz algumas preocupações em relação aos gastos do governo e como ficará as contas públicas nos próximos anos”, afirmou ela.
A expectativa da Mirae é que o Ibovespa termine o ano em 135 mil pontos.