Ibovespa opera sem rumo definido e em compasso de espera pelo Fed e Eletrobras afunda
O Ibovespa operava entre perdas e ganhos nesta quarta-feira, com o mercado aguardando a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) à tarde, seguida pelo pronunciamento do presidente da instituição, Jerome Powell.
A sessão, que já poderia ser volátil por conta do Fed, é também de vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Além disso, noticiário corporativo movimenta ações de peso relevante no índice, como os frigoríficos e a Eletrobras, que desaba após novo contratempo no processo de privatização.
Às 11h37, o Ibovespa caía 0,00%, a 106.760.21 pontos. O volume financeiro era de 4,7 bilhões de reais.
Mercados globais estão voltados para a decisão de política monetária do Fed, após dois dias de reunião. A expectativa é que o banco-central americano sinalize uma aceleração para entre 25 bilhões de dólares e 30 bilhões de dólares no ritmo compra de ativos, de 15 bilhões de dólares atualmente, e um início antecipado da alta de juros.
Uma pesquisa da Reuters com economistas sugere uma primeira alta no terceiro trimestre de 2022.
Na véspera, indicador de preços ao produtor acima do esperado nos EUA reiterou apostas de uma postura mais dura do Fed e desencadeou queda nas bolsas, já que a retirada de estímulos significa menos liquidez para os mercados globais.
O comunicado com a decisão será divulgado às 16h e Powell, discursa meia hora depois. Futuros de ações nos EUA operavam sem direção clara, apesar de melhora momentânea após dado de vendas no varejo do país virem abaixo do esperado em novembro.
“Mercado está em compasso de espera pelo Fed”, resume Antônio Carlos Pedrolin, líder da mesa de renda variável da Blue3. “É a isso que o mercado está reagindo hoje de fato”, completa ele.
No Brasil, investidores digerem resultado do indicador de atividade econômica IBC-Br, mais um dado macroeconômico que desapontou a expectativa do mercado.
O indicador caiu 0,40% em outubro sobre setembro, com dados ajustados sazonalmente, informou o Banco Central nesta quarta-feira, ante o recuo de 0,20% estimado por analistas.
Na política, a Câmara dos Deputados aprovou em 1º turno o texto principal da nova PEC dos Precatórios. Mercado também segue atento a notícias sobre a nova variante Ômicron da Covid-19.
Destaques
Eletrobras (ELET3) desabava 9,4% e PN afundava 8,7%, após o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, indicar intenção de pedir vistas sobre o processo de privatização que está sendo julgado no plenário da corte. O TCU aprecia nesta quarta-feira a primeira etapa do processo de privatização da companhia.
JBS (JBSS3) subia 3,3% e Minerva (BEEF3) disparava 8%, após a administração aduaneira da China anunciar que as importações de produtos de carne bovina do Brasil sejam retomadas.
Marfrig (MRFG3) reduziu alta inicial e operava com ganho de 0,9%. O Brasil havia suspendido os embarques para a China, seu principal cliente, após confirmar casos atípicos de “mal da vaca louca” no início de setembro. As ações da duas empresas saltaram na véspera.
Eneva (ENEV3) subia 4,8% e Focus (POWE3), que não está no Ibovespa, disparava 5,9%, depois de anúncio pelas empresas de acordo para incorporação da Focus pela Eneva.
A operação envolve um pagamento de 715 milhões de reais, em dinheiro, por parte da Eneva. A Focus será deslistada, com consequente migração da base acionária para a Eneva.
Localiza (RENT3) subia 3% e Unidas (LCAM3) avançava 3,5%. A combinação de negócios entre as duas companhias está sendo julgada pelo tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica nesta quarta-feira. A Superintendência Geral do Cade já havia recomendado aprovação do negócio em setembro, com a adoção de remédios que mitiguem riscos concorrenciais.
Petrobras (PETR3; PETR4) caíam 0,9% cada, acompanhando queda do petróleo.
Méliuz (CASH3) subindo 4,6% e Braskem (BRKM5) avançando 3,1% eram outros destaques de alta.
Dexco (DXCO3) caía 3,1%, em sessão que operava ex-dividendos, e Banco do Brasil (BBAS3) cedia 2,6%.