Ibovespa opera entre perdas e ganhos à espera do Fed

O Ibovespa opera sem muita força nesta terça-feira (26), dia em que os mercados entram em modo de cautela na véspera da divulgação da decisão de política monetária do Fed. Por volta das 11h30, o principal índice da Bolsa caía 0,08%, aos 100,1 mil pontos.

A maior parte do mercado aposta em uma elevação de 75 pontos-base na taxa alvo dos fed funds, enquanto as dúvidas recaem sobre qual será o guidance adotado pelo Fomc, que enfrenta uma dicotomia entre inflação ainda muito elevada (CPI em 9,1% a/a) e receios de recessão.

Os principais índices de Wall Street abriram em baixa nesta terça-feira, depois que um alerta sobre os lucros do Walmart aumentou temores no setor de varejo de que os consumidores estão cortando gastos não essenciais diante da inflação mais alta em décadas.

A temporada de balanços americana adiciona componentes à narrativa de recessão, o que mantém a expectativa pelos resultados previstos para hoje. 

Ainda nos EUA, o Conference Board informou que o índice de confiança do consumidor caiu 2,7 pontos neste mês, para leitura de 95,7 – foi a terceira baixa consecutiva. 

“A grande incerteza que paira sobre os mercados deve continuar prejudicando o desempenho dos ativos de risco ao longo da sessão, jogando as Bolsas e as taxas dos títulos soberanos para o campo negativo, com exceção do FTSE (Reino Unido)”, comentou o BB Investimentos.

Mais cedo, na máxima, o Ibovespa chegou a 100,7 mil pontos (+0,48%), com Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3, atribuindo o movimento ao comportamento de commodities, particularmente o minério de ferro e o petróleo.

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Destaques do Ibovespa

– PETROBRAS PN avançava 1,6%, a 31,15 reais, na esteira de nova alta dos preços do petróleo, com o Brent , referência da companhia, subindo 1%, a 106,28 dólares. Também no radar estavam notícias sobre eventual antecipação de dividendos pela Petrobras a pedido do governo. A estatal divulgará na quinta-feira os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre deste ano, ocasião em que o conselho de administração também poderá deliberar sobre eventuais pagamentos de dividendos.

– VALE ON caía 0,9%, a 69,86 reais, revertendo a alta da abertura, quando subiu mais de 1%, após os preços do minério de ferro alcançaram máximas de duas semanas nesta terça-feira. O avanço da matéria-prima teve suporte na esperança de que a melhora das margens de siderúrgicas chinesas e o apoio de Pequim ao setor imobiliário doméstico em dificuldades elevariam a demanda pelo insumo.

– JBS ON subia 3,1%, a 32,61 reais, capitaneando as altas do setor de proteínas no Ibovespa, com BRF ON em alta de 0,7% e MARFRIG ON avançando 2%. Na contramão, MINERVA ON caía 0,3%.

– VIA ON perdia 5,2%, a 2,39 reais, em sessão de baixa para varejistas, tendo de pano de fundo corte na projeção de lucro pelo gigante norte-americano Walmart, à medida que o aumento dos preços de alimentos e combustíveis levou os consumidores a reduzir compras discricionárias. MAGAZINE LUIZA ON recuava 3,2% e AMERICANAS ON caía 3,6%.

– YDUQS ON recuava 5%, a 12,86 reais, e COGNA ON caía 3,15%, a 2,15 reais, em meio a perspectivas de que as empresas de educação tenham apurado resultados fracos no segundo trimestre. Ambas divulgam seus números em meados de agosto – Cogna dia 11 e Yduqs dia 15.

– BANCO PAN PN caía 5,15%, a 6,45 reais, pior desempenho entre os bancos do Ibovespa. Analistas do Citi cortaram a recomendação do papel para ‘neutra’ e reduziram o preço-alvo de 17 a 7,60 reais, citando a grande exposição do banco ao varejo em um momento de deterioração da qualidade do crédito no segmento. No mesmo relatório, eles também cortaram a recomendação de BTG Pactual para ‘neutra’, citando que as boas perspectivas para o papel já estão no preço. BTG PACTUAL UNIT cedia 3,4%, a 21,85 reais.

*Colaborou Olivia Bulla, com informações da Reuters

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