Mercados

Ibovespa recua com Wall Street e pandemia no radar; na contramão IRB dispara 6%

26 jun 2020, 12:26 - atualizado em 26 jun 2020, 12:26
Ibovespa
Os ativos de risco locais devem ter um dia de viés neutro/positivo (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso)

A bolsa paulista começava sem uma tendência clara nesta sexta-feira, após semana volátil, enquanto agentes financeiros seguem acompanhando desdobramentos relacionados à pandemia do Covid-19, sem deixar a cena política e econômica no país sair do radar.

Às 12:26 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,77%, a 95.252,24 pontos.

Para a Guide Investimentos, na falta de grandes desenvolvimentos, os ativos de risco locais devem ter um dia de viés neutro/positivo, e devem continuar reféns dos movimentos verificados no exterior.

Nos EUA, foram registrados pelo menos 39,8 mil novos casos do novo coronavírus na quinta-feira, o maior aumento diário da pandemia, reforçando preocupações de uma nova onda de infecções em meio à reabertura das atividades econômicas.

Em outras frente, o BC norte-americano decidiu limitar pagamentos de dividendos por bancos, após teste de estresse mostrar que eles enfrentavam expressivas perdas de capital com o tombo da economia por causa da pandemia. Wall Street mostrava o S&P 500 com queda de 2,1%.

“Ainda não há uma direção clara para o mercado. No momento, há uma falta de catalisador para que possamos romper os atuais patamares”, observou o BTG Pactual, em nota enviada pela área de gestão do banco.

Volatilidade em Wall Street respinga no Ibovespa (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

“Há muita preocupação por parte de alguns investidores…que não será viável, nas condições atuais uma recuperação econômica mais rápida”, acrescentou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Destaques

Bradesco (BBDC4) caía 2%, com o setor bancário como todo sofrendo nesta sessão, na esteira da fraqueza de seus pares norte-americanos.

No Brasil, o Banco Central também mostrou que o estoque total de crédito no país subiu 0,3% em maio sobre abril, a 3,596 trilhões de reais, num movimento inteiramente puxado pelos financiamentos a empresas.

Itaú Unibanco (ITUB3ITUB4), que anda trocando farpas com a sócia XP Inc. (XP), cedia 0,4%.

Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 1,4% e 1,7% , respectivamente, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no exterior.

Recuo do preço do petróleo internacional pressiona a estatal brasileira (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O Brent caía cerca de 1,2%, com receios de que o aumento nos caso de Covid-19 nos EUA e na China, além de perspectivas de aumento na produção norte-americana, em um momento que os estoques estão em níveis recordes.

Vale (VALE3) tinha variação positiva de 0,14%, em sessão de fraqueza para ações do setor de mineração e siderurgia.

IRB Brasil (IRBR3) avançava 6,4%, após divulgar conclusões de investigações que identificaram irregularidades em informações relacionadas a sua base acionária, notadamente o caso envolvendo a desmentida participação da Berkshire Hathaway na empresa, além de problemas em pagamento de bônus e operações de recompra de ações.

A resseguradora afirmou que “os responsáveis primários já identificados por todas estas irregularidades apuradas não integram mais os quadros da companhia” e acrescentou que “tomará as devidas providências legais a fim de se ressarcir de todos os prejuízos que lhe foram causados por condutas irregulares cometidas pelos indivíduos envolvidos”.

CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) perdiam 4,2% e 3,3%, respectivamente, em sessão de ajustes após forte avanço na véspera.