Ibovespa: o que falta para a Bolsa embalar, após a carta de Bolsonaro? Eis a resposta…

Para quem esperava um novo salto do Ibovespa, após sua expressiva reação no fim do pregão de ontem, puxada pela carta pública em que o presidente Jair Bolsonaro promete respeitar as instituições, o fraco desempenho do índice nesta manhã pode parecer frustrante.

Às 12h09, o Ibovespa apresentava uma leve alta de 0,16% e marcava 115.539 pontos. Para quem vive cotidianamente o mercado, esse modesto desempenho não espanta. Isto porque, a bandeira de paz estendida ontem pelo chefe do Executivo foi interpretada, pelos investidores, como um passo importante, mas que não resolve tudo.

“O risco de ‘ruptura’ foi amenizado, algo que era um pouco exagerado, porém, os investidores devem aguardar por sinais reais de alguma coesão entre os poderes, antes de ficarem mais aliviados”, afirmou Victor Benndorf, fundador e estrategista-chefe da Benndorf, ao Money Times.

Ou seja, agora, Bolsonaro precisa provar que não falou apenas da boca para fora, quando procurou apagar o incêndio que ele mesmo provocou nos últimos dias, ao ameaçar não obedecer a decisões do STF e inflamar seus apoiadores.

Cenário externo

Além disso, Benndorf observa que os investidores continuam “um pouco ‘machucados’ do sell-off recente e relutantes em se comprometer ainda, especialmente com S&P 500 mais pesado”.

Como se sabe, as principais bolsas do mundo assistiram a um movimento generalizado de venda nos últimos dias, alimentado pelos investidores preocupados com a possibilidade de os bancos centrais começarem a retirar os estímulos à economia. Em paralelo, o avanço da variante delta do coronavírus também não ajudou a melhorar o cenário.

Isso não significa, porém, que a forte queda do Ibovespa, na quarta-feira (8), seja totalmente justa. Para Benndorf, o recuo criou oportunidades de entrada. “O Ibovespa está assimétrico, com quase dois desvios-padrões abaixo da média”, disse.

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