Ibovespa: O ‘grande risco’ para a Bolsa em junho, segundo o BTG
A decisão do STF sobre privatização da Eletrobras (ELET3) é um grande risco de cauda para a percepção de risco do Brasil, disseram analistas do BTG Pactual, em carteira recomendada para junho.
O governo Lula questiona a privatização no Supremo e tem empenhado esforços para recuperar seus direitos de voto, hoje limitados a 10% – como parte do processo de privatização.
“Se o STF decidir a favor do governo e restabelecer integralmente seu direito de voto, investidores locais e estrangeiros questionarão a segurança jurídica do país em todos os processos que envolvam privatizações, concessões ou parcerias que envolvam o governo em todas as esferas”, afirma o BTG.
Se o STF ficar do lado do governo na Eletrobras, por outro lado, os analistas do banco esperam que o Ibovespa sofra uma correção e o câmbio se desvalorizasse.
O Ibovespa (IBOV) subiu 3,73% em maio, enquanto o dólar avançou 1,67%.
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Ações da Bolsa brasileira ainda estão baratas
Para o BTG, as ações da Bolsa brasileira ainda estão baratas, negociadas a um múltiplo 9,2x P/L 12 meses projetado (ex-Petrobras e Vale), entre um e dois desvios padrão abaixo de sua média histórica de 12,4x.
Incluindo Petrobras e Vale, disse, o índice está em 6,8x, próximo ao menor nível desde 2005. O prêmio para manter ações (inverso do P/L menos juros reais de 10 anos) caiu para 5,4% (vs. 5,8% no mês anterior), mas permanece próximo a dois desvios-padrão acima da média histórica, segundo o banco.
“O Ibovespa subiu nos últimos meses, as taxas de longo prazo caíram na mesma proporção, sustentando o prêmio para manter ações em patamares elevados”, destacou.
Para os analistas, há espaço para que as taxas continuem a cair, “especialmente se o governo puder mostrar claramente maneiras de aumentar as receitas adicionais e melhorar as perspectivas fiscais do país”.