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Ibovespa: O fator responsável por ‘despejar’ 5 mil pontos no índice; é hora de ir às compras?

03 nov 2023, 12:52 - atualizado em 03 nov 2023, 12:53
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Ibovespa embala e dispara mais 4% desde mínimas na semana (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa virou a chavinha e está perto de recuperar, em três sessões, o que perdeu em outubro, quando tombou 3%. Nesta sessão, o índice disparava 2,40%, a 117.860 pontos, por volta das 12h28,. Mais cedo, a bolsa chegou a ultrapassar os 118 mil pontos.

Desde as mínimas na semana, no dia 31, quando tocou nos 112.304 pontos, o Ibovespa ganhou cerca de 5 mil pontos, ou valorização de 4,65%. Segundo analistas que conversaram com o Money Times, se o cenário externo atuou como grande inimigo no mês passado, agora ele se tornou a pedra de salvação do índice.

Para Rafael Passos, da Ajax Asset, a grande mudança se deu na quarta-feira, quando o Federal Reserve, o Banco Central americano, manteve a taxa de juros no patamar de 5,25%/5,50%. Porém, mais do que isso, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, adotou um discurso mais suave, ou dovish no jargão dos mercados.

“Acho que chegamos no ciclo final dos juros das economias desenvolvidas. Semana passada tivemos o Banco Central da Europa (BCE) encerrando a alta dos juros, na quarta teve Fomc mantendo os juros e ontem tivemos o Banco Central da Inglaterra também mantendo os juros”, explica.

Medidor da criação de vagas nos Estados Unidos, o payroll também mostrou desaceleração. O país criou 150 mil vagas em outubro, de acordo com o relatório de emprego. “Isso sacramenta essa decisão do Fomc. Abertura de vagas mais tímida. Tanto que o S&P está nas máximas também”, lembra.

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,80%, Nasdaq 0,96% e Dow Jones 0,51%.

“Estávamos em uma posição técnica mais favorável. Querendo ou não, quando você tem notícias mais positivas para ativos de risco, há movimentos mais abruptos. A gente vinha de notícias negativas, como guerra, disparada do petróleo e inflação“, recorda.

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Brasil também ajuda

Aqui no Brasil, o Banco Central, como esperado, cortou a Selic em mais 0,5 ponto percentual, para 12,25%, além da menção de manter o ritmo de cortes nas próximas reuniões.

“Isso deve fazer com que os contratos de juros de curto prazo caiam, para restaurar a precificação de 0,50 pp nos encontros seguintes”, explica a Ágora Investimentos.

Por volta das 12h28, os juros futuros recuavam entre 12 e 18 pontos. Com isso, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) disparassem mais de 10%. As construtoras também eram destaque. No mesmo horário, só um papel da bolsa caia, a Suzano (SUZB3), a 0,70%.

É hora de comprar Ibovespa?

Para analista, porém, o momento pede cautela. Apesar da largada positiva no mês, o Ibovespa ainda está em movimento de tendência de baixa, alerta Bruna Sene, da Nova Futura Investimentos.

Sene explica que ruídos fiscais e a alta dos juros globais sugerem que a melhor opção é seguir com um viés conservador.

“A inflação doméstica baixa, e a continuidade dos cortes na taxa Selic não são motivos suficientes para justificar uma alocação mais arrojada.”

Além do cenário fiscal doméstico e do ambiente de juros ao redor do mundo, analistas chamam atenção para a temporada de resultados corporativos, que deve adicionar volatilidade para o mercado de ações.

Até o momento, foram divulgados números neutros nessa safra, “sem surpresas positivas ou negativas na média”, avalia o BB.