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Ibovespa nos 149 mil pontos? Veja o que pode impulsionar a bolsa brasileira, segundo XP

05 mar 2024, 12:14 - atualizado em 05 mar 2024, 12:14
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Em fevereiro, o Ibovespa subiu 1,0% em reais e ficou praticamente de lado em dólares, segundo relatório da XP. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os analistas da XP revisaram as expectativas para valor justo do Ibovespa (IBOV), passando de 142 mil para 149 mil pontos.

Segundo o relatório “Raio-XP Brasil”, em fevereiro, o Ibovespa subiu 1,0% em reais e ficou praticamente de lado em dólares. Dos 17 setores, 12 terminaram o mês positivos, sendo que os grupos de Bens de Capital, Papel & Celulose e TMT (Telecomunicações) lideraram os ganhos no período.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do Research, destaca que, neste ano até o momento, o setor de Óleo, Gás & Petroquímicos vem liderando os ganhos este ano, impulsionado por USIM5 (+19,2%), VBBR3 (+13,6%), UGPA3 (+10,8%), e PETR4 (+7,8%).

“Mas, apesar do peso significativo do setor em 26% no Ibovespa, o índice como um todo está com um desempenho inferior aos dos mercados americanos (impulsionados por mais uma temporada com resultados melhores que projetados)”, aponta.

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Além disso, as Small Caps chamaram atenção no mês passado ao cair 5,9% acumulado do ano em meio às taxas de juros mais altas. Mesmo com o momento difícil, a XP mantém a sua visão construtiva das ações devido à sua ciclicidade que tende a se beneficiar de ciclos de corte de juros.

Após um ano negativo para os resultados das empresas em 2023, os analistas destacam que a perspectiva futura é melhor: para 2024 e 2025, a projeção do consenso de mercado é um crescimento de LPA em 15% e 6%, respectivamente.

“Isso é próximo das nossas estimativas de 16% e 4% para os próximos dois anos, com o Ibovespa excluindo commodities projetado para crescer em um ritmo ainda mais forte de 31% e 12% para 2024 e 2025, respectivamente”, diz o texto.

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O que pesa no Ibovespa

Segundo o relatório da XP, o cenário macro global continuou incerto de fevereiro, o que refletiu na saída de capital estrangeiro ao longo desses primeiros dois meses de 2024. Até agora, já saíram R$ 17,4 bilhões da bolsa brasileira.

Os números têm levantado questionamentos de se investidores estrangeiros começaram a mudar suas percepções sobre as ações brasileiras.

No entanto, os analistas entendem que essa saída de estrangeiros é temporária. Os motivos são as taxas de juros das Treasuries americanas mais altas, realização de lucros após uma subida forte no Brasil em ao final de 2023  e dólar mais forte enquanto moedas de mercados emergentes mais fracas.

Vale lembrar que expectativas do início de um ciclo de corte de juros por parte do Federal Reserve foram adiadas devido à inflação persistente, junto com um mercado de trabalho apertado e uma economia aquecida.

“Isso têm adiado ainda mais as expectativas do início de um ciclo de afrouxamento monetário, com o mercado agora precificando cortes de 90bps até o final de 2024, menores do que os 150bps esperados por investidores no começo de fevereiro. Como consequência, a curva de juros americana abriu novamente, com a taxa de juros americana de 10 anos retornando a níveis acima de 4,0%”, aponta o relatório.