Ibovespa ‘muito descontado’ deve gerar bom retorno nos próximos 12 meses, diz Guide
Contaminado pelo pânico nos mercados globais, o Ibovespa (IBOV) opera em forte queda nesta terça-feira. O principal índice acionário da B3 (B3SA3) caía 0,89%, a 97.731,14 pontos, por volta das 15h50. Na mínima do dia, tocou os 96.499,42 pontos, em queda de 2,1%, registrando o nível mais baixo intradia desde 3 de novembro de 2020.
A sangria da Bolsa brasileira é explicada pelo medo de uma recessão na maior potência econômica mundial de fato se concretizar.
O cenário macroeconômico cada vez mais desafiador, de inflação e juros elevados e com a guerra na Ucrânia em andamento, tem servido de catalisador para a fuga de investidores da Bolsa.
A Guide Investimentos, no entanto, vê boas chances de o retorno no mercado de ações ser elevado, principalmente nos próximos 12 meses ou “um pouco mais adiante”. Isso porque, historicamente, quanto mais baixo o valuation, melhor é o retorno futuro. E o Ibovespa está muito descontado.
Segundo a corretora, a relação preço-lucro do Ibovespa está em 7 vezes, no menor valor desde a crise de 2008.
“Nem mesmo durante a pandemia a Bolsa ficou tão barata”, reforça.
A Guide explica que o fato de Ibovespa estar barato está mais associado ao potencial de retorno elevado no médio prazo (12 a 24 meses), sendo que um ponto importante para a materialização de alta é a mudança na narrativa do mercado, de que ao menos parte do valuation barato já reflete alguns riscos, como juros altos, eleições e potencial recessão nos Estados Unidos.
Por outro lado, a Guide ressalta que, pelo lado dos mercados internacionais, ainda não existe uma evidência ampla de mercado de ações já baratos. De acordo com a corretora, o valuation do S&P 500 voltou para a média histórica – ou seja, ainda não está barato -, enquanto o do índice pan-europeu Stoxx 600 está ligeiramente abaixo da média histórica, mas longe das mínimas da crise do subprime, em 2008, ou das dívidas europeias, em 2012.
Quão fundo é o poço?
A baixa do dia abre margem para dúvidas: até onde vai a queda do Ibovespa?
A Guide destaca que dificilmente o mercado caiu “muito mais do que 20%, principalmente sem um ‘repique’ no meio do caminho”.
A corretora afirma que correções de 20% no mercado de ações brasileiro são mais frequentes do que nos EUA, mas quedas superiores a 20% não são recorrentes.
“Entre 2016 e 2020, apenas na greve dos caminhoneiros, o Ibovespa teve uma queda próxima de 20%. Entre 2010 e 2016, houve mais quedas de 20%; entretanto, o mercado teve um período de alta após a queda atingir 20%”, lembra.
No S&P 500, quedas maiores que 20% só ocorreram em momentos de crise econômica, como o período da bolha da internet, a crise imobiliária de 2008 e o início da pandemia, em 2020, acrescenta a Guide.
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