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Ibovespa mostra resiliência e sobe 0,22%, mesmo com tensão Rússia-Ucrânia

14 fev 2022, 18:04 - atualizado em 14 fev 2022, 18:05
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O Ibovespa venceu a volatilidade e conseguiu fechar em alta, mesmo com as tensões Rússia-Ucrânia no radar dos investidores (Imagem: Facebook/B3)

Operando entre baixas e altas praticamente a sessão inteira, o Ibovespa (IBOV) conseguiu se afastar das tensões Rússia-Ucrânia e fechou em alta de 0,22%, a 113,8 mil pontos, segundo dados preliminares.

O destaque positivo ficou com as ações do Banco Inter (BIDI11), subindo 7,43%, seguidas pela Petz (PETZ3), subindo 6,41%.

“Queda nos vértices de longo prazo da curva de juros e a grande demanda estrangeira tem feito as empresas expostas ao mercado doméstico se destacarem no pregão”, explica a Ativa Investimentos.

Nos EUA, as bolsas fecharam no vermelho, com o S&P 500 caindo 0,39% e a Nasdaq 0,0017%.

Segundo Felipe Kulchetscki, fundador da JFK Investimentos, há um acúmulo de fatores que explicam as quedas. A primeira delas é a inflação americana batendo 7,5% em 12 meses, a maior taxa em 40 anos.

“Isso tem pressionado bastante que o FED adote um aumento mais agressivo na taxa de juros lá fora”.

A outra, claro, é o fator Putin na rodada global.

“Os acúmulos de tensão na zona entre Rússia e Ucrânia têm se intensificado. Cada vez mais temos visto acúmulos de tropa na zona de fronteira com a Ucrânia. A movimentação mais recente é o pedaço da frota naval da Rússia com potencial de ataque no território ucraniano. Essa intensificação de conflito tem se tornado cada vez mais presente e perigosa”, diz.

Além disso, o G7 fez reunião extraordinária nesta segunda-feira, trazendo alguns pontos e críticas em carta oficial de sanção para a Rússia caso venha a concretizar o ataque na Ucrânia.

“Essas sanções para Rússia não são tão simples, pois têm respaldos econômicos globalmente, uma dificuldade de transporte de ólro combustível, gás natural, por exemplo. E isso também causa impacto na economia americana. Qualquer sanção pesada do G7 em relação à Rússia acaba sendo uma faca de dois gumes para a economia americana, então é um ponto de atenção”, coloca.

Mercado brasileiro resiliente?

Na visão de Kulchetscki, o mercado brasileiro parece estar se defendendo bem contra esse efeito global.

“O Brasil iniciou seu ciclo de alta de juros bem antes que países emergentes, então deve ter um controle inflacionário mais rápido que os outros. O aumento do ciclo de Selic aqui foi mais cedo, então também deve terminar antes”, diz.

Além disso, um eventual conflito de fato pode trazer um aumento maior no preço das commodities no mundo e Brasil.

“Têm muitas empresas vinculadas a commodities, o que acaba impactando positivamente essas empresas nacionais”, completa Kulchetscki.