Ibovespa ignora ânimo em NY e fecha em queda de 1,8%
As incertezas sobre a eleição presidencial em outubro ofuscaram a melhora do humor dos investidores no mercado internacional e derrubaram o Ibovespa. O principal índice da B3 fechou a segunda-feira (9) em queda de 1,78%, aos 83.307 pontos. No mercado de câmbio, o dólar avançou 1,60%, a R$ 3,4219 na venda, maior nível desde 5 de dezembro de 2016.
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Em Nova York, os índices Dow Jones e Nasdaq terminaram o dia com altas de 0,19% e 0,51%, respectivamente, liderados pelas ações do setor de tecnologia – bastante penalizadas recentemente. O tom conciliador de Donald Trump em relação à China no contexto da guerra tarifária animou o mercado. No Twitter, o presidente americano disse que Pequim “retirará barreiras comerciais porque é a coisa certa a fazer”.
Por aqui, praticamente sem Luiz Inácio Lula da Silva na disputa ao Palácio do Planalto, o cenário de candidaturas segue aberto. Repercutiu entre investidores a possibilidade de uma chapa com Joaquim Barbosa (PSB) concorrendo com Marina Silva (Rede) de vice.
Além disso, na quarta-feira (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello deve levar ao plenário da Corte o pedido de liminar do Partido Ecológico Nacional (PEN) contra a prisão após condenação em segunda instância, o que pode beneficiar Lula.
Dentre as ações de maior volume financeiro no pregão, Petrobras (PETR4) e Itaú (ITUB4) sofreram desvalorização de 3,43% (a R$ 20,55) e 2,05% (a R$ 50,20), respectivamente.
O principal destaque de baixa voltou a ficar com Eletrobras. As ações ordinárias (ELET3) e preferenciais classe B (ELET6) recuaram 9,56% e 6,65%, nesta ordem, diante da indicação de Moreira Franco para o Ministério de Minas e Energia. Para analistas, as mudanças marcam a saída de técnicos que eram bem vistos pelo mercado como o ex-secretário-executivo da pasta, Paulo Pedrosa, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso.
Na ponta oposta, os papéis da empresa de alimentos Marfrig (MRFG3) dispararam 18,17%, cotados a R$ 7,35, após o anúncio da compra de 51% da americana National Beef Packing Company, quarta maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos, por US$ 969 milhões.
A aquisição foi bem recebida pela equipe do BTG Pactual. Segundo os analistas, isso torna a companhia um player puro carne (onde realmente tem uma vantagem), com uma base de produção muito diversificada na América do Sul e nos EUA e maior acesso aos mercados de exportação.