Ibovespa (IBOV) vai romper os 130 mil pontos? Veja o que esperar do rally de dezembro
O mercado está animado com o rally de final de ano do Ibovespa (IBOV). É o que avaliam analistas ao ressaltar que a perspectiva para o último mês de 2023 se mantém otimista.
Entre outubro e novembro, o principal índice da B3 engatou uma sequência de altas e rompeu resistências importantes. O IBOV acumulou valorização de cerca de 12% desde a mínima dos meses, saindo do patamar de 112,5 mil pontos para mais de 126 mil pontos.
Segundo analistas, a bolsa de valores tem fundamentos tanto no Brasil quanto lá fora para continuar surfando esse otimismo até o final do ano.
O analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, lembra que o mercado viu um movimento parecido entre março e julho, quando o Ibovespa saltou 16%. A alta dos juros nos Estados Unidos acabou mudando a perspectiva a partir de agosto, mas em novembro “esse fenômeno se inverteu” novamente.
Dados recentes mostram uma atividade econômica norte-americana mais fraca. “Se desacelera, tem motivo para um arrefecimento no mercado de trabalho e, consequentemente, na inflação, convergindo para a meta. Ai sim, muda a postura em relação aos juros”, diz Spiess.
Assim, o mercado deve viver um rally renovado em dezembro. Para o analista, o Ibovespa pode fechar o ano na casa dos 130 mil pontos, “sem muito alvoroço”. Entretanto, o mesmo questiona a previsão: “chegou rápido em 125 mil, então a projeção de 130 mil pontos é facilmente superável”.
Apesar do otimismo, a analista da Nova Futura, Bruna Sene, diz que o índice deve apresentar um impulso mais moderado em comparação ao mês de novembro. “A perspectiva para o último mês do ano mantém-se otimista, embora se espere uma correção no curto prazo”, afirma.
Os setores que ganham com o rally do Ibovespa
O analista da Empiricus, Spiess, diz que, em um cenário de queda nos juros, as empresas cíclicas domésticas, incorporadoras e small caps devem se beneficiar do rally de alta do Ibovespa. Isso porque são setores é mais sensíveis aos juros.
Sene, da Nova Futura, também ressalta que as empresas de construção civil enfrentaram desafios nos últimos meses, mas se recuperaram no início da pernada do índice.
“Ainda vejo espaço para a continuidade da recuperação desses setores, mas sempre acompanhando o timing específico de cada ação escolhida”, diz.
Por outro lado, a analista recomenda maior cautela em relação ao setor de petróleo, principalmente com empresas de exploração e refino.
“É um setor que pode passar por movimentos de correção, visto que tivemos movimento de queda na commodity de referência, e ainda há dúvidas sobre possíveis novos cortes de produção por parte da Opep+”, afirma.