Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV): Três fatores que devem decidir o rumo dos mercados

06 mar 2023, 7:55 - atualizado em 06 mar 2023, 8:24
Ibovespa inicia semana sem descanso para os investidores, com três fatores que devem definir o dia, sendo dois externos e um local (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia a semana sem descanso para os investidores. Os mercados internacionais apontam para uma segunda-feira (6) com movimentos laterais, depois que o rendimento (yield) do título dos Estados Unidos de 10 anos (T-note) fechou abaixo do nível de 4% na última sexta-feira (3).

Porém, os próximos dias reservam muitos catalisadores para aumentar a volatilidade dos ativos de risco. O destaque fica com o testemunho semestral do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Senado e na Câmara, amanhã e depois. Além  disso, indicadores econômicos sobre o emprego nos EUA chegam às telas.

Mais detalhes sobre a agenda da semana estão aqui. Combinadas, essas divulgações devem calibrar as apostas sobre o nível terminal dos juros pelo Fed. Por ora, a esperança é de que não passará dos 5,5%, mas a discussão sobre uma taxa próxima a 6% não está descartada. 

O fator chinês

No entanto, é a meta “modesta” da China de crescimento ao redor de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano que pressiona os mercados globais hoje. O número ficou abaixo da expectativa de um alvo mais ousado, entre 5,5% e 6%, depois de crescer “apenas” 3% no ano passado.

Em reação, as commodities metálicas e ações de mineradoras caem firme. O minério de ferro fechou em queda de 2% no mercado futuro chinês em Dalian, enquanto a Bolsa de Londres é contaminada pelo tombo da BHP e da Rio Tinto. No pré-mercado em Nova York, os recibos de ações (ADRs) da Vale caem ao redor de 1,5%. 

Ibovespa refém de um fator local    

Portanto, são dois os fatores externos – um vindo da China e outro dos EUA – que devem influenciar o Ibovespa hoje. Mas a bolsa brasileira também tem um fator local de curto prazo que tende a encurtar o fôlego dos negócios – inclusive no dólar e nos juros futuros.  

O mercado aguarda novidades sobre a nova regra fiscal. A expectativa é de que o arcabouço seja conhecido antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim deste mês. 

Especulações falam em usar o PIB per capita (por habitante) como referência para as despesas do governo, substituindo o teto de gastos. Resta saber o que isso significa, de fato. Qualquer semelhança com a banda hexagonal endógena de outrora não é mera coincidência.

Seja como for, a iniciativa visa dar argumentos para o Copom cortar a taxa básica de juros. Mas até lá, a queda de braço entre o presidente Lula, sua equipe econômica e a ala política do PT, de um lado, e o Banco Central, de outro, deve ter novas rodadas. 

Vale lembrar que a queda do PIB brasileiro na reta final de 2022 serviu de munição para um novo ataque ao BC. O atual patamar da Selic e Roberto Campos Neto voltaram a ser alvo. Como se não bastasse tudo isso, a temporada de resultados está carregada nesta semana, com a divulgação concentrada entre quarta e quinta-feira

Portanto, os próximos dias prometem ser agitados no mercado financeiro, com a primeira semana cheia de março mantendo o mesmo ritmo agitado que marcou os primeiros dias do novo mês. Afinal, dias de calmaria tem sido algo raro nos últimos meses, tanto aqui quanto lá fora. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,10%; o do S&P 500 oscilava com -0,07% e o Nasdaq tinha leve baixa de 0,02%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,99% no pré-mercado; entre os ADRs, o da Vale caíam 1,52% e os da Petrobras recuava 0,81%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve alta de 0,03%; a bolsa de Frankfurt ganhava 0,23%, a de Paris subia 0,38%, mas a de Londres recuava 0,41%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 1,11%, enquanto o Hang Seng cresceu 0,17%, mas a Bolsa de Xangai caiu 0,19%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,07%, 104.60 pontos; o euro caía 0,04%, a US$ 1,0631; a libra recuava 0,27%, a US$ 1,2010; o dólar subia 0,15% ante o iene, a 136,06 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,927%, de 3,960% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,842%, de 4,871% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,15%, a US$ 1.857,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,41%, a US$ 78,56 o barril; o do petróleo Brent recuava 1,42%, a US$ 84,65 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em queda de 2,07% em Dalian (China), a 897,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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