Ibovespa (IBOV) tomba com piora do conflito Israel-Hamas e pressão de juros futuros
Elevação dos juros futuros no Brasil e a aversão ao risco com o acirramento da guerra no Oriente Médio selaram o destino do Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira 13.
O principal índice da B3 fechou o pregão com uma queda de 1,11%, a 115.754,10 pontos. Apesar do desempenho negativo do dia, o Ibovespa fechará a semana acumulando alta de cerca de 2,3%.
Em sessão com menor volume de negociação, devido ao feriado de Nossa Senhora de Aparecida, investidores se desfizeram de posições, com desdobramentos da guerra entre o Hamas e Israel no radar.
O temor de que a guerra escale, trazendo interrupções de oferta na principal zona de produção de petróleo do mundo alimenta riscos inflacionários e eleva os juros futuros no mercado brasileiro.
André Fernandes, sócio e head e research da A7 Capital, avalia que um cenário mais pressionado para a commodity vão levar o preço dos combustíveis a serem ajustados novamente para cima e isso impacta diretamente na nossa inflação.
“Tivemos declarações de um membro do BC também falando que é possível os cortes na Selic saírem de -0,50% para -0,25%, mais do que irem de -0,50% para -0,75%”, complementa.
Fernandes ainda pontua, embora de maneira secundária, a influência do dado de inflação americana, divulgado na quinta-feira (12). O CPI dos Estados Unidos subiu 3,7% no confronto anual e 0,6% no confronto mensal.
Acima da expectativa dos analistas de Wall Street, as leituras podem voltar a pressionar preço dos títulos americanos, com a percepção de que o Federal Reserve manterá a política monetária em zona restritiva por mais tempo.
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Altas e baixas do Ibovespa
Conforme aponta Fernandes, apenas nove ações do Ibovespa fecharam o pregão do dia em alta, das quais cinco são petroleiras.
Petrobras (PETR3; PETR4), PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) PetroRecôncavo (RECV3) fecham o pregão com altas de 3,10%/2,90%, 5,08%, 3,48%, 0,41%, respectivamente.
O movimento vai ao encontro da disparada do petróleo, referência de preços para a Petrobras, no mercado internacional.
Os contratos futuros do Brent operam com ganhos superiores a 5% no final desta tarde, acima dos US$ 90 por barril, meio ao acirramento no conflito entre Israel e Hamas e o temor de que o Irã se envolva diretamente na guerra.
Com o avanço do petróleo, as aéreas tiveram um pregão negativo, com Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) e fechando com perdas de 5,13% e 0,98%, respectivamente.
O varejo caiu em bloco com a abertura das taxas de juros no Brasil. Grupo Casas Bahia (BHIA3) lidera as perdas, tombando mais de 8,20%, aos R$ 0,56. Magazine Luiza (MGLU3) recuou 4,18%.