Ibovespa (IBOV) terá um respiro em novembro? Veja 3 fatores que devem mexer com a Bolsa
O Ibovespa (IBOV) começou novembro mostrando força, após terminar outubro com uma queda acumulada de quase 3%. Aproveitando uma sessão mais otimista nos mercados globais, o índice encerrou quarta-feira (1º) em alta de 1,69%, de volta ao patamar dos 115 mil pontos.
Porém, o cenário de curto prazo ainda pede cautela, avaliam analistas. Apesar da largada positiva no mês, o Ibovespa ainda está em movimento de tendência de baixa, alerta Bruna Sene, da Nova Futura Investimentos.
Sene explica que ruídos fiscais e a alta dos juros globais sugerem que a melhor opção é seguir com um viés conservador.
“A inflação doméstica baixa, e a continuidade dos cortes na taxa Selic não são motivos suficientes para justificar uma alocação mais arrojada.”
Na avaliação do BB Investimentos, o mercado parece estar em “compasso de espera” em meio à ausência de gatilhos conjunturais que motivem uma rodada mais consistente de revisões de estimativas de lucros para as empresas.
“Notamos um recuo médio de cerca de 30% no volume transacionado na Bolsa desde seu pico de volume em junho”, destaca a instituição.
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Atenção para estes fatores
Além do cenário fiscal doméstico e do ambiente de juros ao redor do mundo, analistas chamam atenção para a temporada de resultados corporativos, que deve adicionar volatilidade para o mercado de ações.
Até o momento, foram divulgados números neutros nessa safra, “sem surpresas positivas ou negativas na média”, avalia o BB.
O banco reconhece que houve uma melhora na dinâmica operacional, com destaque para Vale (VALE3), que se beneficiou de preços praticados mais altos no terceiro trimestre, e Ambev (ABEV3), cujos números superaram as expectativas.
No entanto, caso a temporada não traga surpresas positivas, é provável que o Ibovespa siga sob pressão ao longo das próximas semanas, de acordo com o BB.
Dos setores mais relevantes da Bolsa, o BB está mais otimista com os resultados das companhias de óleo e gás, visto que elas foram beneficiadas pelo salto de quase 30% nos preços da commodity no terceiro trimestre.
Como se posicionar em novembro
A Nova Futura sugere manter uma carteira equilibrada e um pouco mais defensiva neste momento, com ativos de qualidade, setores menos cíclicos e alguns ativos ligados a commodities estratégicas.
O BB está com uma estratégia mais conservadora. Nos portfólios fundamentalistas da casa, a exposição mais cíclica diminuiu, “agregando nomes com maior dividend yield e que promovam maior descorrelação, mas mantendo, sobretudo, aspectos relacionados à qualidade de resultados”.
Ao mesmo tempo, a exposição a commodities aumentou, diluindo o peso de ativos domésticos.
Na mesma linha de Nova Futura e BB, o BTG Pactual acredita que a combinação de mercados globais voláteis e uma situação fiscal “preocupante” no Brasil poderá impedir que investidores estrangeiros e locais façam alocações mais estruturais de longo prazo em ações brasileiras.
Para o banco, mesmo com o Ibovespa sendo negociado com valuations “muito atraentes”, a falta de fluxo de dinheiro mais significativo para as ações pode manter o mercado lateral durante os próximos meses.
Dessa forma, o BTG tem ajustado aos poucos seu portfólio para uma postura mais defensiva.
“Buscamos ações menos expostas à dinâmica da economia brasileira.”