Ibovespa (IBOV) tenta decifrar dilema do Fed e do Copom na véspera da decisão
O Ibovespa (IBOV) inicia o pregão desta terça-feira (21) em compasso de espera pela “Super Quarta” de decisão do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). Os investidores dão como certo o fim do ciclo de alta nos juros dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que aguardam sinais de cortes na Selic em breve.
Mas nada disso deve ter força para estabilizar o cenário dos mercados no curto prazo. Afinal, o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), as questões persistentes sobre a viabilidade do First Republic Bank e o casamento forçado entre Credit Suisse e UBS colocam em xeque a credibilidade dos principais bancos centrais globais.
O dilema é complexo. Os BCs deveriam manter o aumento das taxas para combater a ainda elevada e persistente inflação? Ou deveriam interromper as altas e até iniciar um ciclo de cortes dos juros à luz dos riscos de contágio no sistema financeiro? Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) escolheu a primeira opção.
Porém, vale lembrar que além dos compromissos com a estabilidade dos preços e o pleno emprego, o Fed e outros BCs também têm como missão conter os riscos sistêmicos no mercado financeiro. A dúvida é se é possível fazer tudo ao mesmo tempo, tratando a inflação com os juros e os problemas financeiros com instrumentos de liquidez.
Já o Copom enfrenta uma questão peculiar. A tão aguardada divulgação do novo arcabouço fiscal ainda não aconteceu e é cada vez menos provável que a regra fiscal que irá substituir o teto de gastos venha à tona antes do anúncio da decisão amanhã. Daí então fica a dúvida sobre se o BC local terá motivos para indicar queda nos juros básicos já em maio.
Ibovespa na encruzilhada
Por tudo isso, o Ibovespa deve seguir com um desempenho fraco, em um ambiente volátil. O dólar e os juros futuros tendem a refletir mais as incertezas internas e externas, respingando nas ações. Ainda assim, o ambiente lá fora indica um dia de alívio aos ativos de risco. Ao menos por hoje.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:
EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em alta de 0,84%; o do S&P 500 subia 0,70% e o Nasdaq avançava 0,37%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tinha alta de 0,95% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale ganhavam 2,08% enquanto os da Petrobras avançavam 1,54%
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 1,59%; a bolsa de Frankfurt subia 1,82%, a de Paris avançava 1,74% e a de Londres crescia 1,50%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 não funcionou hoje devido a um feriado, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 1,36% e a Bolsa de Xangai cresceu 0,64%;
Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,08%, 103.21 pontos; o euro subia 0,35%, a US$ 1,0760; a libra tinha queda de 0,21%, a US$ 1,2251; o dólar tinha alta de 0,71% ante o iene, a 132,20 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,537%, de 3,486% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,099%, de 3,991% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha baixa de 0,62%, a US$ 1.970,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,11%, a US$ 68,62 o barril; o do petróleo Brent ganhava 1,04%, a US$ 74,56 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 1,61% em Dalian (China), a 884,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.