Ibovespa (IBOV) tem semana mais curta para definir rumo: mais perto dos 110 mil pontos ou nem tão distante dos 100 mil?
O Ibovespa (IBOV) volta a ter uma semana mais curta de negócios, devido ao feriado nacional de Tiradentes na sexta-feira (21). Neste dia, não haverá pregão na B3, pela segunda vez neste mês.
Portanto, a bolsa brasileira terá uma sessão a menos em relação aos mercados internacionais, que funcionam normalmente ao longo da semana. Essa desvantagem torna ainda mais difícil o desafio do Ibovespa de definir uma direção de curto prazo.
Afinal, até o início do mês o índice acionário estava titubeante. Eram nítidas as dificuldades da renda variável doméstica em acompanhar a recuperação dos ativos de risco no exterior.
Porém, bastaram a apresentação do novo arcabouço fiscal e a desaceleração da inflação para disparar o rali das ações por aqui. Tudo isso porque a taxa Selic em 13,75% parece cada vez mais estar com os dias contados. Se não em junho, os cortes devem ter início em agosto, mas se viesse já no mês que vem quem iria reclamar?
O movimento, portanto, foi embalado pelo otimismo local, na contramão do ambiente externo, onde os riscos de recessão ainda assustam. O próprio Federal Reserve alertou para uma “retração leve” da economia dos Estados Unidos ainda no fim deste ano. Mesmo assim, parece optar por seguir com a alta dos juros, ao menos em maio.
Ibovespa testa fôlego
No fim, o Ibovespa subiu cerca de 5% na semana passada. A dúvida, então, é se vai ter espaço para se aproximar dos 110 mil pontos. O problema é que os gráficos mostram que os suportes e as resistências estão assimétricos.
Ou seja, há forças antagônicas, puxando tanto para cima quanto para baixo. Isso porque depois de romper a barreira dos 105 mil pontos, pode faltar fôlego para buscar a próxima faixa, ao redor dos 108 mil. Em contrapartida, existem degraus que ainda sustentam o Ibovespa na faixa dos 100 mil, impedindo uma queda livre até os 98 mil pontos.
Dessa forma, os números revelam que o Ibovespa deve seguir na tendência indefinida no curto prazo, situando-se em uma região de acumulação. É exatamente aí que os investidores aproveitam para ajustar suas posições, em meio à queda do dólar e à retirada de prêmios dos juros futuros.
Assim, se por um lado podem faltar forças para uma reversão da tendência de baixa. Por outro, pode não haver tempo para disparar novos gatilhos para cima. A definição pode ficar, então, para a última semana do mês, antecipando-se à próxima “Super Quarta” deste ano, já na semana seguinte – aliás, depois de mais um feriado nacional, no dia 1º de Maio.