Ibovespa (IBOV) tem espaço para andar em junho e aguarda ‘empurrãozinho’ do Copom, mas ajuda pode vir antes
O Ibovespa (IBOV) iniciou junho em grande estilo, indo além dos 110 mil pontos e testando níveis que não atingia desde o começo de fevereiro. Tudo isso depois de sair vencedor em maio.
A bolsa brasileira é beneficiada pelos sinais de desaceleração da inflação, que sustentam a aposta de cortes na taxa Selic em breve. Essa perspectiva deve continuar favorável ao apetite por risco neste novo mês.
Afinal, como se sabe, os mercados se antecipam. A expectativa, então, é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalize, já na reunião dos dias 20 e 21, que a queda do juro básico começa no segundo semestre. De preferência, em agosto.
Para João Piccioni, da Empiricus Research, o Ibovespa já opera nesse vetor de um ciclo de afrouxamento monetário, mas ainda aguarda um “empurrãozinho” do Copom. “Falta só um pouquinho para deslanchar”, disse o responsável pela gestão do time de análise na estreia do Giro do Mercado na última quinta-feira (1). Confira a íntegra:
Por isso, o Ibovespa tem espaço para andar mais em junho, após crescer quase 4% em maio, voltando a ficar no azul em 2023. Mais que isso, Piccioni, da Empiricus, destaca: “a Selic vindo para baixo, a resposta da renda variável é rápida”, beneficiando também smalls caps e ações cíclicas locais.
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Ibovespa espera ajuda do Fed
Mas o que tende a ser bom pode ser ainda melhor. Tudo vai depender, então, do Federal Reserve.
Afinal, diferentemente do que aconteceu nos três primeiros encontros deste ano, junho não tem Super Quarta. Ao contrário, o Fed reúne-se exatamente uma semana antes do Copom.
Só que, depois dos dados robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll), ganhou força a narrativa de que o ciclo de aperto dos juros por lá deve “pular” junho, ficando em aberto a decisão de julho. Para entender porquê, clique aqui.
Seja como for, é o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) que deve consolidar essa aposta de pausa neste mês, com a taxa seguindo entre 5,00% e 5,25%. Os números saem em 13 de junho, exatamente no primeiro dia da reunião de dois dias do Fed.
Com isso, a ajuda aos ativos de risco pode vir antes do fim da primeira metade do mês. “Se [o Fed] parar com o aperto dos juros já vai ser favorável para os países emergentes continuar nesse ímpeto de maio, que foi muito bom”, prevê o analista-chefe da Empiricus Research.
Nesse movimento, o Brasil está “na crista da onda”, avalia Piccioni. Afinal, enquanto os mercados globais transitam entre tantas narrativas, como a da inflação e a da desaceleração econômica – ou recessão – o cenário local é completamente oposto.